quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Lago do Alqueva em meados de Setembro


12, 13 e 14 de Setembro

Impressionante. É de facto o maior lago artificial da Europa, de tal modo que aquilo que era agreste, dourado e seco, é simplesmente azul.
Começámos por Monsaraz.
A vista das muralhas para o horizonte é essa: um vasto manto azul. Eram as festas da vila (touros, garraiada pela rua principal, música). Enfim, uma má noite para dormir naquilo que seria idílico noutra ocasião mais silenciosa.
Monsaraz tem estacionamento para caravanas e pode-se pernoitar sem problemas. (Overnight: quiet, tranquille). Água num dos parques de estacionamento (um bebedouro). (Water, eau).
Marinas e cais é o que não falta… A caminho para a Marina da Amieira, ainda é possível “acampar” no Cais de Monsaraz.

O nosso destino era a Marina da Amieira para assistirmos à “II Prova de Águas Abertas de Alqueva”, no domingo de manhã. Mas decidimos aproveitar o sítio desde a véspera. Como é novidade, havia muita gente, mas o espaço não deixa de ser fabuloso: muita água para contemplar, pescar, tomar banho (a temperatura estava agradável) e sempre a hipótese de um passeio pelo Alqueva num dos passeios (cruzeiros!) de barco do local (reserva no próprio dia). Também há a hipótese (a avaliar pelos preços, só para alguns) de alugar um iate e passar lá o fim-de-semana, com cama e “roupa lavada”.
Com o cair da tarde começou a instalar-se o silêncio e, durante a noite, completamente sozinhos, dormimos acompanhados de um silêncio ensurdecedor.
Overnight in Marina da Amieira: absolutely fantastic! Très agreable! Comple
tly silent! Silence absolute!
No domingo, as ditas provas: a equipa que apoiávamos (Aminata) não ganhou muitas medalhas, mas portou-se bem. O mais espectacular foi ver as águas cheias de toucas deslizantes de várias cores, quais pequenas bolinhas coloridas a enfeitar as águas.










Fim-de-semana alentejano

(3,4, e 5 de Outubro/2008)
Noite outonal mas quase estival em Serpa. Para alegrar o estômago (porque a hora já era tardia) um belo dum jantar no "Molhóbico", restaurante bem alentejano na decoração e cardápio. Só para aguçar o apetite: pataniscas com arroz de feijão, carrilhada (burras, mais conhecidas pelas bochechas
do porco), e leitão assado no forno.
A vila by night impregna-se de silêncio e cores, projectando mistérios ao longo das sombras cilíndricas do aqueduto.
Pernoita no mais profundo dos silêncios na
praceta ao lado do Parque de Campismo e da Piscina Municipal (exterior).

De dia, a um sábado de manhã, a população reparte-se pelas ruas do centro e pelas grandes superfícies. Juntámo-nos a eles no Intermarché, porque era preciso fazer o “avio”. Trata-se de uma vila, mas o ambiente respirado não é muito diferente de uma pequena cidade provinciana como Évora. N
alguns aspectos até parecia tudo mais lavado e renovado: uns metros atrás uma boa piscina exterior e uns mais à frente uma piscina interior… nem Évora, em proporção, conhece tantas infra-estruturas. Até o Cine Teatro exibia filmes de qualidade; nos tempos mais próximos Évora deixará de ter uma sala de cinema…
Céu azul e a brancura das paredes… ecos mouriscos nas paredes, chaminés, calçadas…E ainda oliveiras centenárias.
Mina de São Domingos
O sítio é um pouco arrepiante, imaginar que entre 1858 a 1966 - sob exploração de uns quaisquer ingleses (ressalva: uns quaisquer não, a Companhia Manson & Barry com direito a uma brutal mansão – hoje Estalagem Mina São Domingos, de 5 estrelas!) - o sítio era palco para a elite da mansão (e ainda com court de ténis e coreto), viver ao lado e respirar o mesmo ar poluído e doente dos mineiros. Para completar a antítese, estes habitavam as fileiras de casa siamesas, quadradinhos minúsculos, ainda hoje vivos e agora (alguns) renovados como “A Casa dos Avós”, com caixilhos e portas de alumínio verde.
Para completar o cenário degradante, lá estão os restos do enxofre a poluir as águas.

Felizmente uma lufada de ar fresco anima o sítio: a praia fluvial, na Tapada Grande. Um local idílico para repousar, nadar, remar, pescar, contemplar, ler e, claro, acampar com a casa às costas. No parque de e
stacionamento AC de: França, GB, CH, ND e Portugal, no total sete. O local já é conhecido (em Porto Côvo um casal de franceses tinha-o na sua lista de visitas a Portugal, por sua vez já recomendado por outros amigos).
Defeito: as canoas e gaivotas não estavam disponíveis para aluguer (pelos vistos só no Verão e nem todos os dias).
Água (water, eau), sem despejos (no grey waters, pas de vidange).
Clima: 26º/27º