segunda-feira, 15 de junho de 2009

Que brasa!!!



Devido a contingências familiares não houve outro remédio se não ir até ao Algarve. Digo remédio porque tal destino só se escolhe, no seio desta família, por questões climatéricas ou “profissionais”. Foi o caso do grande fim-de-semana de 10 de Junho. Se assim não fosse teríamos optado pelo Norte, sinónimo de fresco, verde e outros pontos de interesse histórico-cultural.
Assim, (e também porque nos foi impossível ir lá durante a Feira Islâmica) ainda tentámos mergulhar no branco mouro das paredes de Mértola, mas o calor exalado pelas pedras da calçada, pelas paredes e até pelo rio, não nos deixaram inspirar devidamente o ar mourisco.
Percorremos os pontos estratégicos: cine-teatro, ermida árabe, castelo, ruas sinuosas e os seus museus (destaque para o edifício da Câmara e o seu museu com exemplares da romanização), para termos de obrigatoriamente parar debaixo de uma esplanada bebendo sofregamente uma imperial, já agora acompanhada de um pratinho de caracóis… Se a zona para AC era aquele terreno debaixo do duro sol, do outro lado da ponte, então Mértola também está a necessitar de uma inspiraçãozinha mais digna de receber AC. Nós optámos pela zona central onde param os autocarros, mas certamente só o conseguimos porque era feriado.

(Ermida árabe)


( o espelho cálido do rio)


(o tempo parado)



Com tanto calor, as alternativas eram poucas, daí optarmos por arrepiar caminho e dar um salto até à praia fluvial das Minas de S. Domingos. O local estava apinhado de gente, uns no banho, outros na esplanada, outros ainda (AC portuguesas e estrangeiras) desfrutando de um campismo pasmaceiro e soalheiro. Alguns autocaravanistas abusavam da sorte do terreno paradisíaco, estacionando na horizontal com vista para as águas… na manhã seguinte, a GNR, de modo “polite”, lá foi pedindo para estacionarem de modo a ocupar apenas um lugar… será que daqui a um ano ainda poderão (poderei) estacionar por aquelas bandas? Não ficámos para obter resposta a tal questão tão retórica e rumámos até ao inevitável, incontornável Algarve.
Durante o grande fim-de-semana e pequenas mini-férias os poisos foram vários e sempre o mal foi o mesmo: muito calor e multidão.
Primeiro, Vila Real de S.to António para um almoço caseiro frente ao rio onde o ferry Espanha-Portugal desliza cima-abaixo, mas a modorra abrasadora fez-nos dormitar embalados pelas águas, veleiros, águas, veleiros… depois de ligeiramente acordados, lá houve tempo para um passeio escaldante na baixa pombalina e para mais uns gelados e sumos e gelos…



(Espanha ao fundo)



Guadiana viajante


Felizmente, ainda deu para um mergulhito nas águas geladas (??!!) da praia de Manta Rota. Estacionamento não é fácil e sinais portuguesmente incorrectos como este abundam:




Apesar deles as AC são muitas e lá vão ficando de dia e de noite. Nós também aproveitámos a boleia nocturna e no dia seguinte novo mergulho. Afinal o esforço não era grande, bastava percorrer a passadeira de madeira, atirarmo-nos para a areia quente e de vez em quando (ou não) mergulhar no mar de sargaços gélido de cortar a respiração.
Para o almoço não houve coragem de permanecer debaixo do sol tórrido e lá partimos para Tavira debaixo da primeira sombra encontrada. Contrariamente aos hábitos de férias de Verão, até partimos rumo a um centro comercial na demanda de ar condicionado, o que deu azo a uma ida ao cinema. Em foco “Anjos e Demónios” que não vi, porque optei por uma sesta suada ao lado do Pingo Doce de Tavira. À noite um passeio na busca da brisa perdida, para depois remarmos novamente até Manta Rota, já que os mosquitos de Tavira , no possível lugar de pernoita , ameaçavam roer-nos até a alma.
No dia seguinte, novo salto para dentro de águas, desta vez menos gélidas. Pudera, o ar pesado e doente de calor persistia.
À tarde, a vida “profissional” lá nos encaminhou até aos ares ainda mais quentes do interior algarvio: Loulé. Felizmente a piscina (naquele dia apenas para atletas) era uma visão refrescante, imagino para quem lá mergulhou... ao que parece com água aquecida…








O fim-de-semana continuava interminavelmente quente, mas promissor em novos destinos. De Loulé mais alguns quilómetros on the road até Portimão.
Ar: trovoada a sobrevoar, céu ameaçador, gotas promissoras, vento tipo furacão na marginal.
Jantar gordo de pizzas na La Gioconda.
O último dia acordava ainda mais ameaçador: um bafo cálido, um céu cinzento. Passeio afinal suado e quente pelo centro decadente de Portimão e almoço consolador com mais elementos da família numa “tasca” onde as sardinhas apaziguam almas.





Regresso a casa debaixo de ameaças escuras mas felizmente sem as receadas filas intermináveis pelo alcatrão afora.
All garve tem tudo a mais… sol, calor, pessoas, estrangeiros, anúncios luminosos, vendilhões… falta-lhe aquele toque pessoal que faria dele Único. A costa alentejana, apesar de, nalguns casos, maltratar os viajantes itinerantes apreciadores do que é mais selvagem e genuíno, é mais All.
All entejo, pois seja!


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Acabou o que era bom


O que é bom, depressa acaba.

Cá ficamos à espera da BIME 2011, na esperança de que as políticas deste país não se esqueçam de que a cultura também é alimento.

Desta BIME guardo as imagens:



(Anima Sonho , BRasil)






(Anima Sonho e a sua famosa Berenice)


(O Homem e o Peixe I e II)



Dragão a lançar fogo num dia de algum fresco e alguma chuva - Bélgica)



Teatr Viti Marcika, R. Checa


Mamulengo Presepada (Brasil)

Ainda este mês Évora será palco da Tradicional Feira de S. João, espaço de lazer, gastronomia de requinte alentejano, artesanato, espectáculos (música, teatro, escolas...)...

mas a minha cabeça já está nas férias...

a carrinha dos checos prova que o teatro se alia bem ao autocaravanismo... e por que não um salto até à República Checa?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ainda quer mais pretextos?


Num micro palco, com micro bonecos, MicKropodium (Hungria) é uma companhia húngara que deixa sem palavras aqueles que assistem, deleitados, a uma manipulação suave, ímpar, singular.
Mais do que tudo é a poesia dos bonecos e da simplicidade (difícil mestria do marionetista) dos seus bailados.






Ocorre-me sempre, ao ver esta companhia (Los Duendes), que os meus filhos têm crescido a ver os seus títeres doces e fantásticos e os seus “titeriteros” de voz doce e embaladora.





Los Duendes (SP)


Mesmo sem imagens, não posso deixar de escrever rasgados elogios sobre dois espectáculos maravilhosos que, mais uma vez, marcaram a minha memória de eterna apaixonada destas lides.
Um, a demonstrar que o nosso Portugal, nestas coisas de criatividade e poesia visual, não fica nada atrás de grandes nomes internacionais, bem pelo contrário… num país onde a cultura e a educação artística têm sina de ser, ad eternum , parentes pobres, mesmo assim alguns conseguem ser brilhantes. Refiro-me ao Teatro de Marionetas do Porto, ontem em Évora, na BIME, com o espectáculo “ Wonderland". .
Outro, são os imbatíveis nuestros hermanos que, nestas coisas das marionetas, revelam uma aura e talentos especiais. La Canija, companhia espanhola, munida de uma pequena marotte a dançar à sevilhana e a tirar roupa de uma máquina de lavar roupa miniatura, fez as delícias na Sala Estúdio do Garcia. Amanhã vou repetir a dose no Intensidez Biblio-Café, uma livraria-café em Évora que se tem vindo a coser lindamente a várias iniciativas culturais na nossa terra.




(E ainda a Mostra Autobiográfica de Marionetas de um outro mestre português das marionetas: Delphim Miranda)


( E o carrossel Manège Magique, instalado no Largo 1º de Maio , a fazer as delícias dos mais pequenos)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cá está o pretexto para viajar até Évora



A BIME teve início ontem, às 17.00 horas.

Os bombos fizeram-se ouvir e a festa começou, guiados pelos anfitriões, Mestre Salas e Padre Chancas.
Desde a sua nobre casa (Teatro Garcia de Resende) até aos Paços do Concelho , os dois personagens gigantões, seguidos pelos animados Gigabombos do Imaginário (mais uma associação cultural eborense a colorir a cidade)e pelos marionetistas, actores e apaixonados pelos Bonecos, foram desfilando e animando o percurso pelo centro histórico e comercial.

"Depois de muitas tormentas aqui está a festa das marionetas":