quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dia 3 – Tentando o mergulho na Côte d’ Azur (25 de Julho)






A Estrada abrasava , desde as 9.00 horas que o longo deserto espanhol parecia não terminar. Estabelecemos como meta o país vizinho, sem saber ainda muito bem onde parar , embora nos Pirinéus Orientais franceses , qualquer sítio à beira mar fosse um manancial de boas possibilidades para refrescar, relaxar, terminar o dia. Não temos por hábito parar à noite, a meio da tarde já chega de estrada, há que fazer render um pouco o dia e conhecer algo novo e prazenteiro. Consultei o Guia das “Escapades em campingcar”, o mapa, e apontei para o início de França. A estrada consumia-nos. O guia das áreas de serviço referia, por exemplo, Coillure. Desconhecendo o nome , aprofundei no guia de França. Surpresa agradável: Coillure seria uma pequena localidade, amada por muitos pintores , nomeadamente Matisse. Não era preciso mais nada, estava decidido, Coillure seria.






Em boa hora a escolhemos. Pousámos imediatamente na área para AC (basta seguir a tabuleta com o ícone de “autocaravanas”, 10€ por dia), simpaticamente servida de navette (gratuita) para a vila e airosamente colocada num alto de onde se espreitava a paisagem de telhados de vivendas a escorrer até ao mar. Num ápice já lá estávamos.
É claro que Matisse , assim como outros que por lá fizeram as delícias dos seus pincéis e tintas (Georges Braques, Picasso...) não eram parvos, Coillure encanta pelas cores e formas, é um apelo forte para a tela. E quem diz tela , diz câmara fotográfica...

A praia e Notre Dame des Anges






Cidade turística , animada sem estar sobrelotada (acolhe também grupos de teatro de rua e espectáculos à noite), o mar azul bem mediterrânico (21º), a baíazinha pacífica com os seus barquinhos e iates...










O forte altaneiro a olhar para a baía, a igreja de Notre-Dame-des-Anges...





O forte







Comercialmente, as lojas de artesanato com bom gosto e as inúmeras galerias de pintura são ainda outro regalo...para além da pintura ao vivo.










Depois há ainda o simpático e sui generis roteiro pictórico, que consiste num conjunto de molduras espalhadas pela vila, enquadrando estas o cenário pictórico original dos artistas, sendo Matisse, claro, um deles.






Matisse, claro!






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Subir até à área AC é fácil, basta esperar pela navette (que passa aos 10 minutos) e já lá estamos no nosso “bairro” bem arranjadinho e acolhedor. Aconselho!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dia 2 – Entrar em França de mãos dadas com a pintura (24 de Julho)





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A Estrada abrasava , desde as 9.00 horas que o longo deserto espanhol parecia não terminar. Estabelecemos como meta o país vizinho, sem saber ainda muito bem onde parar , embora nos Pirinéus Orientais franceses , qualquer sítio à beira mar fosse um manancial de boas possibilidades para refrescar, relaxar, terminar o dia. Não temos por hábito parar à noite, a meio da tarde já chega de estrada, há que fazer render um pouco o dia e conhecer algo novo e prazenteiro. Consultei o Guia das “Escapades em campingcar”, o mapa, e apontei para o início de França. A estrada consumia-nos. O guia das áreas de serviço referia, por exemplo, Coillure. Desconhecendo o nome , aprofundei no guia de França. Surpresa agradável: Coillure seria uma pequena localidade, amada por muitos pintores , nomeadamente Matisse. Não era preciso mais nada, estava decidido, Coillure seria.





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Em boa hora a escolhemos. Pousámos imediatamente na área para AC (basta seguir a tabuleta com o ícone de “autocaravanas”, 10€ por dia), simpaticamente servida de navette (gratuita) para a vila e airosamente colocada num alto de onde se espreitava a paisagem de telhados de vivendas a escorrer até ao mar. Num ápice já lá estávamos.
É claro que Matisse , assim como outros que por lá fizeram as delícias dos seus pincéis e tintas (Georges Braques, Picasso...) não eram parvos, Coillure encanta pelas cores e formas, é um apelo forte para a tela. E quem diz tela , diz câmara fotográfica...

A praia e Notre Dame des Anges





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Cidade turística , animada sem estar sobrelotada (acolhe também grupos de teatro de rua e espectáculos à noite), o mar azul bem mediterrânico (21º), a baíazinha pacífica com os seus barquinhos e iates...









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O forte altaneiro a olhar para a baía, a igreja de Notre-Dame-des-Anges...





O forte






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Comercialmente, as lojas de artesanato com bom gosto e as inúmeras galerias de pintura são ainda outro regalo...para além da pintura ao vivo.









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Depois há ainda o simpático e sui generis roteiro pictórico, que consiste num conjunto de molduras espalhadas pela vila, enquadrando estas o cenário pictórico original dos artistas, sendo Matisse, claro, um deles.






Matisse, claro!






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Subir até à área AC é fácil, basta esperar pela navette (que passa aos 10 minutos) e já lá estamos no nosso “bairro” bem arranjadinho e acolhedor. Aconselho!

domingo, 22 de agosto de 2010

Desventuras em autocaravana I


Não foi só o assalto da mochila que constituiu a desventura destas férias.

(É esta a mochila, alguém a viu?)

Outras aconteceram que podiam ainda ter sido muito piores, mas acabaram por se resolver, ou melhor dizendo, por não se desenvolverem para lá do intolerável.

Pensei em falar de todas atempadamente , aproveitando a embalagem cronológica, mas parece que muitos companheiros e amigos, solidários e curiosos (no bom sentido da expressão), têm vindo a pedir mais pormenores, o que me levou a pensar dedicar um artigo às desventuras.

Aliás, as desventuras em autocaravana constituem, nesta família, com esta “casinha”, quase um livro que eu tenho vindo a adiar. Por pudor, por irritação, superstição, mas agora vem a propósito e creio ser a ocasião de vos revelar, provavelmente em tom caricatural para não chorar com autopiedade, os vários capítulos de desventuras que têm acontecido ao longo destes oito anos. Até para desafiar os meus leitores, assim numa espécie de concurso de infortúnios, a ver quem tem mais, o que acham?

Começo pois pelo fim: as desgraças destas férias, que, como já referi , não se resumiram ao assalto final.

A 1ª de todas chegou-nos literalmente aos ouvidos, a meio de Agosto, durante a noite, numa localidade alemã pacífica e idílica. Eu já quase dormia, quando o telemóvel tocou. Uma voz masculina teve então a delicadeza de nos avisar que o nosso cartão multibanco havia sido clonado, uma vez que tendo nós feito um levantamento na Áustria numa bomba de gasolina, no dia seguinte outra transacção (de 311 doláres) havia sido realizada no México. Como é óbvio muito dificilmente estaríamos em menos de 24 horas em dois locais tão distantes... O golpe foi detectado a tempo, o cartão anulado, a pretensa compra desfeita. Podia ter sido grave, mas resolveu-se, afinal havia outro cartão para podermos continuar a viver (não somos tão burros que só viajássemos com um, para burrice já bastou a da chave...)!

A 2ª sucedeu já no regresso, a meio da travessia francesa. Desta vez o carro decidiu pregar das suas , deixando-nos sem a 5ª . Imaginam então o que é percorrer as estradas francesas, Espanha inteira e o bocadinho português até casa, sempre a 80-90-95 , utilizando quatro mudanças? Podia ter sido pior, claro, assim foi só como se tivessemos um carro antigo.

No meio da odisseia das mudanças, aconteceu então o golpe final. Descansadinhos, acampámos num camping perto de Barcelona e fomos ver a grande cidade cosmopolita. As ruas fervilhavam de gente, as Ramblas escorriam turistas e homens-estátua, lembro-me de passar logo a minha mochila para a frente... mas depois entrámos num bar de tapas, éramos 4, 3 mochilas e uma grande fome! E, não sei como , uma mochila ao canto , ao lado do banco, as outras duas no banco, os miúdos a tomar conta, ou um adulto, a escolha das tapas, e quando estávamos os 4 já a preparar-nos para garfar, digo eu:”passa aí a máquina fotográfica para eu tirar uma foto ao momento”. E zás! A mochila grande não estava aos nossos pés, nem ao lado , nem em parte nenhuma. O murro no estômago é brutal, especialmente quando um se lembra: ” as chaves e os documentos da AC estão lá!”

O resto do tempo é um sufoco de correria à rua, descer ao metro (havia um mesmo em frente), chatear os empregados do bar, que por sinal não foram nada simpáticos. Mais tarde ainda ficamos a pensar se não estariam envolvidos, se é mesmo assim, se só estariam incomodados... depois é a ida à Polícia, papéis, questões e a sensação que tudo é em vão. O GPS também lá estava, descobre-se a seguir.

Depois é a sensação arrepiante que o ladrão(ou ladrões) pode chegar à Ac, sabemos lá nós, já tem a chave, os documentos, porque não?

Barcelona de repente deixa de atrair , de fazer sentido, só queremos é sair dali, como se o tudo nos perseguisse.

Destroçados chegamos ao parque, a AC está lá, sem saber de nada. Como era um parque tinha uma janela semi aberta, o mais novo lá pulou , “roubando” a sua própria casa, lá dentro tínhamos todos od jogos de chave... excepto a da ignição, como aliás já sabíamos.

Nestes casos o seguro nada pode fazer, contempla acidentes na AC, nada que tenha a ver com o roubo da chave, contrariamente à sugestão da polícia de nada valia chamar um serralheiro , mudar de fechadura, até porque, sem o seguro envolvido seria super-caro e ainda por cima era Agosto.

O mais fácil foi pedir a 2ª chave, apelando a um pai zeloso, que a enviaria por DHL. Sim, porque eu, como co-piloto, às vezes funciono mal e deixei-a em casa . Porquê? Porque já noutra viagem a Espanha (mais uma desventura que ficará para outro capítulo ...) também me roubaram a MINHA mochila na qual estava a minha chave e jurei nunca mais andar com ela. Somos reicindentes e parvos, não há nada a fazer.

Conselhos contra roubos deste género? Eu por mim, creio que não sei dá-los, apesar da experiência me dizer que ainda temos de ter mais cuidado. Se calhar somos mesmo descuidados , como diz o meu pai, que se vê depois nos stresses de resolver as coisas cá de longe..

Chegámos a casa inteiros depois de termos esperado dia e meio pela 2ª chave. Ao entrar em casa constatámos que a chave de casa também tinha ido na mochila. Somos parvos ou não?

Prémio Blogue de Ouro



O "pomboverde" atribuiu-nos o prémio Blogue de Ouro.Façam-lhe vocês também uma visita e ficarão mais frescos.

Seguindo as regras que nos foram explicadas, temos de:

1º Colocar a imagem do selo no nosso blogue.

2º Indicar o link do blogue que nos atribuiu o prémio.

3º Indicar 3 blogues para receber o selo.

4º Comentar nos blogues a que atribuimos o selo.

Sendo assim, os nomeados de viajantedecasaascostas são:

1. autocaravanas -pela ousadia dos seus percursos

2. ruadealconxel - pelos seus pontos de vista

3. olhares-soltos - pelas suas excelentes fotos


sábado, 21 de agosto de 2010

Dia 1 , asfalto até Zaragoza (23 de Julho)






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A estrada a fugir...
Este é o dia consagrado ao asfalto, no qual as quatro rodas comem incansavelmente o solo interminável de Espanha. Inevitavelmente dizemos sempre” por que é que tínhamos de morar naquele cantinho longe de tudo? Ou por que razão a Península Ibérica não poderia arrumar Espanha de encontro ao Atlântico, colando-nos a nós a França?”

A imagem mais vulgar em Espanha (algures até Zaragoza)


Doze horas depois da partida ( e porque numa AC não se voa e ainda há que dar ao dente), chegámos a Zaragoza. As nossas consultas prévias indicavam-nos algumas áreas ou parques de estacionamento, mas afinal era tudo longe do centro . Optámos por aquilo que alguém denominou de área mas afinal era uma espécie de camping, apesar de nos parecer mais um armazém para AC e caravanas , a avaliar pelas poucas vivalmas que por lá deslumbrámos. Era já noite, Zaragoza nem se via, ficará para outra oportunidade.
Retemperámos energias para o dia seguinte e pagámos 17.70€.
Coordenadas: Área de Peñaflor, N 41º 43’ 40.44’’ E -0º 47º 30.984