quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dia 9 – Despedida em cheio


Não podíamos partir sem colocar os olhos a repousar noutro tipo de beleza. Aquela que é do tipo mais tela, pincel e também pedra, e menos paisagem arquitectónica, embora todas ela, em Veneza, sejam fruto da mão criadora do Homem, esse ser que às vezes consegue ser sublime.
A casa-museu onde se reúne a Colecção Peggy Guggenheim, dito de outra forma, ou o Palazzo Venier dei Leoni, onde Peggy viveu (até morrer), durante anos, rodeada de obras de arte, é duplamente arte: pela casa e sua localização e pelas peças que a constituem.


Peggy G. era filha do milionário Benjamin Guggenheim que, ao morrer (no naufrágio do famoso Titanic ou no tão famoso naufrágio), lhe lega uma avultada fortuna, tendo ela apenas 21 anos. Apaixonada pela pintura, e , segundo as más línguas, pelas mãos e corpos artísticos dos seus criadores, esbanjou (felizmente para nós, pobres mortais) a sua fortuna, coleccionando obras de arte. Paris, Londres, Nova Iorque, Veneza são alguns dos grandes centros artísticos envolvidos no seu percurso como benemérita da arte do século XX.


No palazzo onde residiu e que agora faz parte da Fundação Solomon R. Guggenheim (seu tio), reúnem-se obras de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Magritte, Jackson Pollock, que a milionári a foi coleccionando ao longo da sua vida e com as quais foi decorando a casa, assim, nem mais nem quê!

Para além da possibilidade de se poderem contemplar obras únicas, este museu proporciona ao visitante a extraordinária experiência de sentir aquela que foi a casa de alguém apaixonado pela Arte, com um tremendo bom gosto, visível na arquitectura, interiores, jardins, pequenos objectos, algum mobiliário. O que não existe, imagina-se, porque em cada divisão há uma fotografia a preto e branco que mostra a casa como ela era habitada, com Peggy e tudo.



Cabeceira de prata (da cama de Peggy)

Nos jardins estão sepultados os seus muitos cães, assim como os restos mortais da milionária. Ao lado do muro com os seus nomes, eleva-se uma árvore assinada por Yoko Ono, que em vez de flores ou frutos deixa pender papelinhos com desejos dos visitantes.





Numa das obras também dá para brincar...

A casa, qual fortaleza com entrada exclusiva para o Grande Canal, tem ainda a sua entradita mais modesta numa das ruas labirínticas de Veneza , na zona de Venier, num dos cantinhos de Dorsoduro.

Entrada que passa despercebida

Os preços são moderadamente acessíveis (adultos 12€, estudantes grátis).
Não esquecer que o mundo Guggenheim tem as suas raízes noutros pontos do mundo, sendo o mais perto de nós o Museu Guggenheim , em Bilbau.




Das traseiras do palazzo a vista para o Grande canal é assim...

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