sábado, 13 de novembro de 2010

Ainda o dia 11com a prometida “Música no Coração”



Novamente nas auto-estradas austríacas, deslizando rapidamente até Mondsee, uma pequena localidade à beira do lago com o mesmo nome. Mais uma longa extensão de água, pintalgada por barcos e barquinhos, tudo na passeata. Não que fosse a água a levar-nos até Mondsee. Como já referi, o íman que vinha do passado e que até lá nos atraía, chamava-se “The sound of Music” do nosso primeiro passeio até à Áustria. Não que fosse o filme das nossas vidas, mas, caramba, sempre foram horas de tela, tantas vezes nas férias do Natal, pelo que ,mesmo ali ao lado, convinha desfazer o mito do cenário onde o casal Von Trapp se casou.


E a vila pouco tem, para além do largo com a igreja amarela e barroca, a Basílica de S. Miguel. Primeiro foi igreja do mosteiro beneditino, no séc. XII; depois basílica gótica a partir de 1470. O seu exterior é pouco revelador, o amarelo até faz lembrar o Alentejo (menos ocre), a suprema e impressionante visão bate-nos quando entramos. Contrariamente ao barroco português , este , o alemão, choca pelo brilho das colunas negras e douradas e encanta pelos ogivas de rosa pintadas com singelas florzinhas de massa. Um e outro são um festim para a visão como o Barroco tanto apreciava. A altura das naves é também imponente.



Fora a igreja e o lago, o mais envolvente é sem dúvida o cenário circundante. A vila será certamente como tantas outras, limpa, organizada, quieta, imóvel no tempo. Ainda uma praça florida com uma pequena feira frente à basílica, um largo com esplanadas veraneantes e turistas bebericando cerveja apesar da chuva miudinha, ruas quase desertas, sobretudo a partir das 18.00.
Estacionámos, primeiro, por 0,50 cêntimos, no cais, ao lado de cafés e restaurantes e frente ao lago. Ao lado, uma pequena feira de diversões e o sinal de proibido para caravanas. Depois do passeio até à igreja, decidimo-nos por uma área mais pacata.




Como é da praxe entre autocaravanistas, poisámos num pequeno largo onde mais duas “vizinhas” já por lá paravam, com ar de quem ia começar a fazer o jantar. Ao lado, o cemitério, do outro uma área residencial (47º51´08.4´´ / 13º 20´46,5’’). Mais sossegado não podia ser. À noite, as luzinhas do primeiro espaço piscavam no ar, entrámos e experimentámos a organização austríaca... até na morte. Considerando-nos um pouco a dar para o macabro (provavelmente influências do santo abade esqueleto no altar da igreja),



e sabendo que à noite o largo era um deserto, rendêmo-nos ao sossego, soprámos a vela e adormecemos ao som da música... da chuva no “telhado”, obviamente.

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