domingo, 15 de maio de 2011

Tavira, a bela e cheirosa

Tavira é uma pequena pérola no seio de um Algarve descaracterizado e monotonamente repetitivo.
Experimente-se subir as escadinhas até ao castelo. Sentimo-nos logo turistas cá dentro ... puxamos da máquina e deixamo-nos seduzir pelos canteirinhos semeados no interior do castelo.
Subimos as escadas ao longo da muralha e deixamo-nos seduzir pelos telhados, terraços e varandas, onde até o inimaginável espreita, como uns cachos de bananas quais madeirenses espécimes.
Experimentemos ainda um cafezinho na esplanada frente a Santa Maria do Castelo e à muralha. Inspire-se a calma e o sol estonteante. Sonhe-se com guerreiros árabes e belas mouras...
Escadinhas abaixo há ainda a surpresa simpática do rio Gilão deslizando pela arcadaria da ponte. E, ao pisar a ponte, a surpresa aromática da procissão da Páscoa: um cheiro intenso e salutar de alecrim. Estivesse lá Cesário Verde e pintaria palavras com ramos de alecrim...
E também bons exemplos arquitectónicos
Nem tudo, porém, é beleza. Em termos práticos, Tavira deixou de ser receptiva a AC. Há uns bons anos atrás, nem tantos quanto isso, o vulgar era pernoitar-se ao lado do Pingo Doce. Sítio pouco atraente e sem as condições necessárias (era só uma grande espaço central), agora nem isso. Pessoalmente, sempre optámos por Pedras del Rei , a escassos metros da paragem do comboiozito para a a praia do mesmo nome. Frente a um aldeamento turístico, não seria de tardar que tal local se extinguisse. Durou ainda alguns anos, agora colocaram à entrada uma corrente com o sinal “parque privativo”. Fomos portanto varridos de Tavira e proximidades...

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