quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FMM, Sines (Capítulo II)



Ainda dentro do lema “Conquista o Alentejo” a música agora é outra. Começando em Sines terminando na Zambujeira do Mar, a música é outra alternativa para nos conquistar. Com ou sem praia à mistura, porque o ouvido também conta!
O Festival de Músicas do Mundo, em Sines (este ano de 22 a 30 de Julho) é um evento certamente muito diferente dos comerciais festivais de Verão que por Portugal pululam. Porque alia a praia à música dentro de um espaço arquitetónico simples e airoso que é a própria cidade de Sines. Porque qualquer espectáculo é sempre uma surpresa, a não ser que se esteja tremendamente por dentro das músicas do mundo. Porque todo o cenário envolvente é familiar, porque decorre nas calmas, à beira do mar, das nuvens , do vento…

(Vista do castelo)
O percurso é sempre o mesmo mas sem rotinas: praia, avenida Vasco da Gama para mais um concerto no palco da Avenida, ou mais uns petiscos nas tasquinhas, ou mais um passeio pelas tendas de artesanato. Sobem-se as escadinhas para o Castelo, visitam-se nos seus recantos mais peças criativas de bijuteria ou outras, vê-se a baía descansadamente ao lado do grande marinheiro e sonham-se velas e naus pelas músicas do
mundo singrando… do lado oposto, na ruazinha que sobe ao largo do castelo, cheira a especiarias da Índia, chegaram os árabes deste século com os seus panos, vestes, artes, magias… e entra-se no castelo para mais um ensaio se a banda ou cantor assim o entenderem. Se não, há o concerto grátis das 18,45, com a toalha da praia no obro, sentados no chão abertos para um som diferente, vibrante, eclético. E em Sines – e é isto que distingue este festival de outros com nuvens de pó e jovens de altifalantes berrando – todos vivem o festival, o jovem da praia, os espanhóis, os portugueses, os sineenses, sem excepção de nação, idade, vocação, ali, lá fora, nas esplanadas, nas ruas, nos cafés (aconselho a pastelaria Vela d’Ouro e um folhado de chantilly com morangos!).


(Baía de Sines)

Já cansados de andar, sentemo-nos ao entardecer, no castelo: ouçamos Aduf , uma experiência enérgica contagiante, a lembrar Monsanto mas com mar ao fundo;
(Ensaio ADUF)
(Aduf)

ou ouçamos LUME, um jazz português original e jovial.
(L.U.M.E.)
Eram portugueses, calhou, a vocalista dos Aduf era basca e saboreava como portuguesa a palavra da língua de Camões, amigo e companheiro ficcional do Gama, ali a uns metros erguido ou nas salas do Museu recordado (ali mesmo, no Castelo, um museu que vale a pena visitar, igualmente familiar, igualmente simpático, a casa onde o Gama nasceu, a terra de onde foi expulso).

(Aduf)

Cai a noite, nada como um bolo do caco madeirense, porque as terras são portuguesas, as conquistas fizeram-se pelo mar, o Gama aproximou gente de sons, de sabores, de músicas de todo o mundo … até hoje até sempre.





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