domingo, 26 de agosto de 2012

Burgos, “cabeça de castilla”




Ainda não é hoje que chegamos à costa basca. De Salamanca até lá são ainda muitos quilómetros e além disso combinámos começar o nosso percurso ao lado do mar, pisando primeiro terras de Cantábria, apesar de a primeira delas apenas ter mar no título…
 Enigmas à parte, esse do mar ainda não será hoje. A província de Castilla e Lèon é grande e depois de Salamanca ainda há Palência, Valladolid. Burgos. Não desesperem, das três escolhemos - por enquanto -  a última: Burgos.
Confesso que a escolha se prendeu à visão (em fotos) das suas agulhas góticas. As da Catedral. E também porque é atravessada por um rio, minto, dois. Gosto de locais percorridos por rios. 





Fiquei a saber que Burgos foi capital de reino em 1037. É a terra natal de El Cid, herói celebrado em cada canto, na estatuária, na toponímia. Cid representa o ideal de cavalaria do século XI.
Percorrendo as suas “calles”, encontrei também a tipografia onde se imprimiu o original de  La Celestina, obra de Fernando de Rojas , considerada o grande marco entre o fim da Idade Média e o início do Renascimento espanhol.


É também percorrendo as ruas em redor da catedral que se descobre um outro importante marco cultural e histórico: que a cidade foi rota original do Caminho de Santiago.




As duas praças vizinhas da catedral, a de El Rey Fernando e a de Santa Maria, são igualmente encantadoras . A catedral é imponente. Dizem que a 3ª mais importante de Espanha. O estilo gótico deslumbra e ficámo-nos pelo encanto das suas riquezas exteriores.

 Praça El Rey Fernando





Praça de Santa Maria



Tendo ficado estacionados do outro lado do rio Arlonzón, tivemos a sorte de entrar no “casco antigo” pelo Arco de Santa Maria, uma visão singular em Espanha porque se nos afigurou como uma muralha oriunda de um país mais a norte. O que provavelmente não admira, uma vez que foi reformado no século XVI para receber o imperador Carlos V.




Arco de Santa Maria

Também singular e “preciosa” (adjetivo muito querido dos espanhóis), é a Plaza Mayor. Difere da de Salamanca no tamanho e forma, esta é circular e bem mais pequena.



Ainda a Casa del Córdon, local onde os reis católicos, em  1497, receberam Cristóvão Colombo no regresso da sua 2ª viagem à América.


Casa Córdon

Burgos tem também um “centro comercial “ a céu aberto, com as lojas e marcas de qualquer cidade europeia da atualidade, e, percorrendo-o, acabámos por descobrir o rio Vena.
Apenas um senão: o calor consumia-nos (claro, não fizemos a “siesta” como os espanhóis…) pelo que nos ficámos pelo circuito turístico mais elementar.  Fica assim em aberto o pretexto para nova visita noutra ocasião.
No dia seguinte à saída, pela parte moderna, deu para perceber o aprumo burgalense dedicado às amplas avenidas e espaços verdes. Como a cidade se prepara para o título” capital europeia da cultura” não será para admirar.

Estacionamento e pernoita, em parking (N42º 20’ 25’’  W 3º 41’40’’). Bica com água no jardim em frente. Local sossegado.



Dias da visita: 24 e 25 de Julho



1 comentário:

António Resende disse...

Já aí dormi... um pouco ''barulhento'', mas ter ''à mão'' o ''casco urbano'' compensa sempre.