sábado, 15 de dezembro de 2012

At last… a costa vasca




Tínhamos pela frente um longo percurso. Ou não, dependendo da interpretação do termo “longo”.
Na  realidade uns cento e tal quilómetros de costa, mas que, consoante a inspiração e os encantos, tanto poderiam levar muito ou pouco tempo a percorrer.
A ideia era conhecer os principais recantos turísticos seguindo conselhos de mapas, guias e livros, mas também deixarmo-nos surpreender por qualquer mágico e inesperado chamamento.
Deixando Bilbao e iniciando o percurso pela praia mais próxima, Plentzia, não se pode dizer que tivemos sucesso. Plentzia  estava , a 1 de agosto, em festa, (vimos os foguetes de longe ainda em Bilbao)mas no dia seguinte, sem que o soubéssemos, (quando se está de férias tende-se até a esquecer o dia da semana…), era feriado no país basco.
Talvez por isso e aliada ao facto de estar sol, as filas eram intermináveis e os locais de estacionamento inexistentes. Saltámos, pois, Plentzia, Armintza, Gorliz, e, irritados com a confusão, decidimos respirar em Bermeo (pelo caminho deixámos também para trás a exígua Elantxobe, lançando-lhe apenas uma espreitadela do alto do morro).
Em Bermeo, num pequeno e sossegado jardim, ao lado do cemitério (N 43º 25'23  W-02º 43' 32    ) uma zona ASA com o essencial.
Estava calor, faltava a praia. Apesar do porto piscatório e da sua ancestral tradição da caça à baleia, a praia não se vislumbrava. Uma simpática sexagenária lá nos revelou o mistério, não sem antes se perder numa longa conversa sobre o seu país - o basco, sobre o outro (Espanha), sobre a crise, a Merkell, Portugal… não me esquecerei da expressão, a propósito da atualidade revoltante e miserável em que vivemos:  “há mais chouriço do que pão” e do seu ar afável , como se nos conhecesse de há muito. Depois de uma boa  hora de conversa, lá fomos à caça (seria mais adequado “à pesca”) , da praia. Primeiro um super-relvado, cadeiras de praia, banhos e sol… seria aquilo a praia ? E o mar?


Descemos por um trilho íngreme ladeado de pequenas hortas, descemos, descemos, e, num sopé ínfimo, ali estava a Hondartza (a praia). Dá licença, desculpe, “perdon”, já agora um espacinho para pôr a toalha, dá-me licença que mergulhe e … foi certamente a praia mais pequena onde já estive, mas com água revigorante e uma soberba alcatifa em vez de areia. A praia de Aritzatxu , para que conste e a encontrem!


Já refrescados, partimos à descoberta da outra Bermeo, a do mercado, a do porto de pesca, a  dos bares e esplanadas de pintxos, a do barco baleeiro  “Aita Guria “, réplica do séc. XVIII.







Um canto pequeno, de capital importância para a região, de beleza sobretudo natural, a parte humanizada menos interessante, mas ainda assim um conjunto bem simpático.

Dias da visita: 1 de agosto


2 comentários:

António Resende disse...

Muito a descobrir no País Basco!

Gracita disse...

Lindo texto como sempre. Amei a praia e estará na nossa lista de desejos.