Guardei a melhor parte para o fim (apesar de estarmos em
janeiro e eu a ter conhecido em agosto)… quem?
A concha , a pérola Donostia/ San Sebastian, classificada
com duas estrelas no Michelin verde, pontuação que eu reverteria para cin.
Conhecêmo-la com chuva e com sol. No primeiro dia (em pleno
agosto, imagine-se!) chovia copiosamente e as borboletas no estômago gritavam “Quero
conhecer a cidade, quer ir “à vila”*, quero ir!). Chegados à área de serviço
para AC ( N 43º 18’28,3’’ W2º00’ 52,20 - 6,25€ por dia com o básico e eletricidade,
mas em local sossegado), envergámos capas, kispos, parkas e “sombreros”,
apanhámos o 33 para o centro (caro como o diabo: 12 € para quatro!!!)e …
eis-nos enfim na capital de Gipuzkoa!
Paisagisticamente o quadro não podia ser melhor: uma maravilhosa
perspetiva enquadrada numa baía em forma de concha (daí o nome de uma das suas
praias), cercada por dois montes e à frente uma ilha - a de Santa Clara.
Praia Concha e ilha
O “casco viejo” lembra o de Bilbao , com as suas ruas
estreitas e paralelamente desenhadas, repletas de bares donde espreitam e emana
o cheiro de numerosos e deliciosos pintxos!....
A contrastar, a parte moderna, com largas avenidas, prédios
altos de rica arquitetura.
Preferimos a parte velha detendo-nos na praça da Constituição
com as suas janelas numeradas, correspondendo às antigas tribunas para ver as
touradas, uma vez que estas aqui se iniciaram antes de haver praça de touros.
Também a praça da Trinidad nos fez parar e admirar, assim como as igrejas de
Santa Maria e San Vicente.
praça Constituição
Trinidad
sem comentários...
Do lado oposto, na parte mais moderna, a catedral El Buem
Pastor. Mesmo com chuva foi este o nosso roteiro inaugural, fecha e abre a boca
de espanto, fecha e abre o guarda-chuva e mais uma corridinha até ao lado do
monte Urgull onde se estende a zona portuária e dos restaurantes e o concorrido
Aquarium. Abrigámo-nos da chuva num bar Guiness e era uma Donostia irlandesa….
Espanto! No dia seguinte o dia acordou banhado em sol, pelo que
nos lixámos para o 33 , pegámos nas bicicletas e madrugámos, respirando sol, ar
puro e maresia.
Primeira paragem: via teleférico até ao monte Igeldo, mais
pelas vistas do que propriamente pelo local em si: um ultrapassado parque de
diversões do tempo da rainha Cristina .
Descendo até ao cantinho da praia Ondarrete, uma visita
obrigatória ao “Peinte del Vento “, esculturas a céu e mar
abertos, cercadas pelas ondas e pelo céu, do basco Eduardo Chillida, um dos
ex-libris da cidade.
Pedalando alegremente pelo passeio marítimo chega-se a mais
um dos palácios reais, como em Santander, desta vez o palácio Miramar, ex-residência
da “Cristinita”.
Para além da paria da Concha (onde dei um dos melhores mergulhos
da minha vida) , há ainda o paraíso dos surfistas – praia Zurriola - no centro de uma parede de alumínio, o pavilhão
dos Congressos.
Qualquer uma das praias é apetitosa, assim como a parte
velha, ou a parte nova, faça chuva ou faça sol. O ambiente é de cor, alegria,
juventude.
Mergulho das 20 horas.
Como é possível passar durante tantos anos na autoestrada ,
ler a placa e nunca ter entrado a não ser em 2012?
Se ainda não o fizeram, o que estão à espera? A partir de
agora, cá para estes viajantes, será paragem obrigatória de cada vez que tivermos de passar além Pirinéus!