Há 56 anos atrás, que é como quem diz, por volta 1957, um
agricultor e proprietário alentejano,
aqui em Évora e arredores conhecido
por Menino de Ouro, lançou mão na defesa do seu património.
A céu aberto e durante a desprotegida noite, ficavam as
suas toneladas e toneladas de cortiça, à mercê da gatunagem. Não fez mais nada,
“ o seu a seu dono”, e nada como ser ele a defender o seu, pernoitando aqui e
acolá, na defesa da sua preciosa cortiça.
Ia dormitar ao relento debaixo de um chaparro, também ele
exposto e sujeito a tornar-se vítima? Armaria um qualquer pano, preso de uma a
outra azinheira, qual tenda improvisada? Não senhor, já que tinha de deixar o
conforto do lar para se armar em defensor, por que não uma casa móvel de cama
já montada, fogão para o chá e armário para as botas e manta?
Dormir e cozinhar? Isso é que já é de mais, para tal
existem os hotéis e restaurantes…