domingo, 10 de novembro de 2013

Elites, cavalos, castanhas e Quim Barreiros




Feiras e mercados na época do São Martinho é o que não falta em Portugal.

A  da Golegã (Novembro: fim de semana de 2 e de 9), com quase 4 séculos de história , pareceu-nos uma bom começo  para este 2013 de crise e buraco orçamental. Sem dinheiro e com tanto cavalo lusitano, certamente não teríamos onde o gastar.


Mal conhecíamos a chamada terra dos cavalos, mas também não foi assim que mais conhecedores  ficámos.  As ruas, fechadas ao trânsito e atravancadas de barracas e vendilhões, não nos deixaram ter uma visão ampla da terra.
Ficámo-nos pois com a imagem da Golegã daqueles dias de festa, com  a nossa visão e com  aquela que os canais televisivos nos foram oferecendo durante a semana inteira, com mais ou menos cavalos, mais ou menos música pimba.
Cavalos, cavaleiros e outros afins pressupõem desde logo um certo elitismo e era com ele que íamos a contar. Confesso que pensei que fosse pior. Mas não, a Golegã revelou-se uma mistura de cheiro a cavalo, elitismo de classe e muito povo a apreciar as vistas, outro a desejar ser como os cavaleiros, outros a decidirem imitar a elite, ficando-se pela compra de peles, chapéus ou botas de cano alto. Ou outros ainda apenas fotografando de uns e de outros.
Na praça central – o mesmo carrossel giratório toda a semana: ao longo da arena durante horas a fio, as charretes-táxis, os cavaleiros, uns mais à antiga, outros mais contemporâneos, de telemóvel, ténis e calças de ganga. No centro as provas, os prémios, o espectável.









Esperasse eu mais folclore e mais tradição, mas talvez isso fosse doutros tempos ou da minha imaginação.  Pelo menos vi  a senhora das castanhas.


Estas e outros  e frutos secos eram muitos, bem com o  cheiro  a bons nacos de carne, cerveja e vinhos com fartura, massa frita e cavalos de plástico, Quim Barreiros e outros produtos nacionais.  Até casas para cavalos, parecidas à nossa, ao que chegaram as modernices.
E muito negócio, ou não fosse feira. Cada porta ou portão encerrava um novo bar, improvisado ou para a família.



Cada rua ou sinalética é ainda outro cavalo ou … algo com ele relacionado.





As cores , ocre e azul, são como as da minha terra e , como sempre, não resisti a portas e janelas…



Foi também numa “quinta “ improvisada que dormimos… 5 euros a noite com direito a estacionamento dois dias.
Cumprimos a nossa parte de turista em crise, comendo sobretudo  com os olhos e fechando-os numa noite bem dormida, porque isto do aumento das horas de trabalho semanais aumenta no sono ao fim de semana. Roncar é preciso!

Sem comentários: