Dia 4
Mentira. Não podia ser só estrada como no dia anterior.
A poucos quilómetros de Narbonne, a alilasada Arles, capital espiritual da
Provença, esperava por nós, a paragem era mais do que obrigatória.
Em 2010 havíamos passado por lá e o seu registo, infelizmente
devido ao roubo da máquina fotográfica, apenas contemplou neste blogue
impressões escritas que deixaram ao leitor a hipótese de imaginar: ” Últimas recordaçõesde França”.
Agora, em 2014, deixo-vos as cores, a atmosfera real de uma
pequena cidade que, volto a repetir, não encantou só Van Gogh.
Estacionámos no espaço das autocaravanas (43. 68370;
4.63021), demasiado exíguo para tanta procura. Algumas, como a nossa, estavam
em espaço de autocarros, mas não houve problema. O espaço fica virado para o
Rhône, rio largo onde passam e ancoram múltiplos cruzeiros.
Rhône (vejam o pormenor da piscina na varanda do barco)
Frente ao Rhône (atenção , não é a minha...)
Decorria nesse dia, 22 de julho, o Festival Internacional de
Fotografia, disse-nos uma companheira francesa que ali pernoitava há uma semana,
obviamente fã incondicional de fotografia.
No seio da Provence a cidade é alfazema nas montras e
portadas de janelas e portas.
Também é sede do ex-império romano, na época denominada
Arelate. Desse tempo destacam-se o Coliseu onde ainda se realizam touradas e o
Anfiteatro onde todo o verão decorre um animado cartaz musical. A cidade é viva
e animada.
E depois há ainda a sombra de Van Gogh. A Fundação com o seu
nome e a galeria comercial no antigo Hotel Dieu, pintado nas cores primárias do
artista e decorado com as flores e cores de sua eleição.
Na
place du Forum brilha colorido e alegre o Café Van Gogh, réplica do café que o
artista pintou em Terraço do café, à
noite. O original foi bombardeado durante a 2ª Guerra Mundial.
Para esquecer o incidente de 2010 inundo-vos pois de cores de
alfazema, sugerindo-vos que calcorreiem as ruelas simpáticas de Arles ou, quem
sabe, façam um cruzeiro até lá.
Arles, uma terra com caráter!
Depois desta breve e simpática visita ao reino Van Gogh, o
dia, infelizmente, ensombrou-se com a chegada tardia a Itália, fruto de uma
acidente num túnel da Ligúria que nos fez estar horas em fila. Para cúmulo, a
temperatura do carro não fazia a refrigeração adequada, subindo desalmadamente,
até que por volta da meia noite (sem jantar…) conseguimos estacionar em
Impéria, num parque de estacionamento no cais, onde uma meia dúzia de AC dormia
o sono dos justos… à exceção de uns espanhóis (quais os nuestros hermanos que se deitam cedo?) que regressavam de Roma,
aturdidos e de olhos arregalados para a grande aventura onde se tinham metido (haviam
dado em loucos com a condução caótica dos italianos em Roma e haviam sido
assaltados em Pisa).
Depois do entusiasmo do reino alfazema e da entrada duplamente
agoirenta em Itália, fechámos as persianas e dormimos. No dia seguinte o que
fazer ao sistema de refrigeração?
Sem comentários:
Enviar um comentário