quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Arles , com direito a fotos de alfazema versus Itália de sombras escuras

Dia 4


Mentira. Não podia ser só estrada como no dia anterior. A poucos quilómetros de Narbonne, a alilasada Arles, capital espiritual da Provença, esperava por nós, a paragem era mais do que obrigatória.
Em 2010 havíamos passado por lá e o seu registo, infelizmente devido ao roubo da máquina fotográfica, apenas contemplou neste blogue impressões escritas que deixaram ao leitor a hipótese de imaginar: ” Últimas recordaçõesde França”.
Agora, em 2014, deixo-vos as cores, a atmosfera real de uma pequena cidade que, volto a repetir, não encantou só Van Gogh.

Estacionámos no espaço das autocaravanas (43. 68370; 4.63021), demasiado exíguo para tanta procura. Algumas, como a nossa, estavam em espaço de autocarros, mas não houve problema. O espaço fica virado para o Rhône, rio largo onde passam e ancoram múltiplos cruzeiros. 


Rhône (vejam o pormenor da piscina na varanda do barco)


Frente ao Rhône (atenção , não é a minha...)


Decorria nesse dia, 22 de julho, o Festival Internacional de Fotografia, disse-nos uma companheira francesa que ali pernoitava há uma semana, obviamente fã incondicional de fotografia.
No seio da Provence a cidade é alfazema nas montras e portadas de janelas e portas. 



Também é sede do ex-império romano, na época denominada Arelate. Desse tempo destacam-se o Coliseu onde ainda se realizam touradas e o Anfiteatro onde todo o verão decorre um animado cartaz musical. A cidade é viva e animada. 



E depois há ainda a sombra de Van Gogh. A Fundação com o seu nome e a galeria comercial no antigo Hotel Dieu, pintado nas cores primárias do artista e decorado com as flores e cores de sua eleição.





Na place du Forum brilha colorido e alegre o Café Van Gogh, réplica do café que o artista pintou em Terraço do café, à noite. O original foi bombardeado durante a 2ª Guerra Mundial.




Para esquecer o incidente de 2010 inundo-vos pois de cores de alfazema, sugerindo-vos que calcorreiem as ruelas simpáticas de Arles ou, quem sabe, façam um cruzeiro até lá.


Arles, uma terra com caráter!



Depois desta breve e simpática visita ao reino Van Gogh, o dia, infelizmente, ensombrou-se com a chegada tardia a Itália, fruto de uma acidente num túnel da Ligúria que nos fez estar horas em fila. Para cúmulo, a temperatura do carro não fazia a refrigeração adequada, subindo desalmadamente, até que por volta da meia noite (sem jantar…) conseguimos estacionar em Impéria, num parque de estacionamento no cais, onde uma meia dúzia de AC dormia o sono dos justos… à exceção de uns espanhóis (quais os nuestros hermanos que se deitam cedo?) que regressavam de Roma, aturdidos e de olhos arregalados para a grande aventura onde se tinham metido (haviam dado em loucos com a condução caótica dos italianos em Roma e haviam sido assaltados em Pisa).
Depois do entusiasmo do reino alfazema e da entrada duplamente agoirenta em Itália, fechámos as persianas e dormimos. No dia seguinte o que fazer ao sistema de refrigeração? 

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