segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Estreia: Monsaraz com 4 patas



Faltava-nos um capítulo nesta aventura do autocaravanear e eis que nos estreámos este fim   de semana. Viajar em quatro rodas a quatro, a três, a dois, às vezes a seis  ( e até a oito… ) tem sido a prática corrente. Faltava-nos, porém, incluir na casa o bichinho de 4 patas.
É frequente , ao longo destes doze anos de autocaravanear ver  famílias completas viajando com o seu animal de estimação, já vimos cães (às vezes 2 e 3 na mesma AC), gatos, periquitos e papagaios.
O aspeto positivo é que os bichos não são abandonados em férias e  sendo alguns deles parte integrante da família, vão de viagem e ponto final ( lembro-me de um alemão que viajava por Portugal apenas acompanhado do seu cão, um cão abandonado que tinha adotado). Noutros casos, o cão, por exemplo, faz inclusivamente o  seu papel de guarda da casa, ladrando lá de dentro a indesejados do lado de fora, o que pode ser uma ajuda neste meio de locomoção tão vulnerável a assaltos.
 Estes aspetos convenciam-me. O que sempre me deixou mais perplexa prende-se ao pequeno espaço onde se viaja e se vive durante aquelas semanas , meses, para ainda assim ser ocupado por um cãozarrão. Cheiros, dejetos, enfim, tudo isso que imaginais, assim eu pensava e tentava visualizar, sem grande apreço.
Ainda assim, pesando prós e contras , o membro mais jovem da família, apenas com um mês e meio e a escassos meses de ser cãozarrão, estreou-se nas lides autocaravanistas.
Saímos dois e ela, a bichinha de 4 patas, e fizemos a primeira de muitas  (espero) viagens, até ali, quase à esquina: Monsaraz. 





              Tal como com um bebé, tivemos de jogar com o tempo da viagem, pensar em possíveis enjoos, sedes e as tais necessidades fisiológicas. Tudo bem, até adormeceu no seu berço de madeira …

                Restava a adaptação ao novo lar, sobretudo a questão dos dejetos no habitáculo, especialmente durante a noite enquanto os donos possivelmente ressonariam…  Afinal (se calhar mero golpe de sorte) nada do pior aconteceu, um passeio noturno,  um outro a meio da noite e o terceiro às 8 horas matinais e tudo se resolveu com sucesso. Claro que não ressonámos de sono tranquilo como se nada de novo ali estivesse…
               Fora isso os passeios pela espantosa vila de Monsaraz realizaram-se amiúde. À noite para nos deliciarmos com a paz, silêncio e sossego. De manhã para acordar com a vista deslumbrante do grande lago mesmo ali à nossa frente como se dono dele fossemos. E depois a vila vista de dia… com mais turistas , é certo, muitos espanhóis a desassossegarem uma cadela ainda tímida e receosa de barulhos desconhecidos, mas sempre Aquela vila.














               Regalámo-nos com as pedras, o branco das paredes, o chão às pedrinhas colocadas à mão ,uma a uma… afinal uma das mais belas vilas de sempre, não só de Portugal, mas de fazer inveja a tanta vila “fleuri” em França, na Alemanha ou onde quer que seja. O silêncio, as cores, a calma alentejana são únicas no mundo.


1 comentário:

Maria Melo disse...

Boa noite, Companheira. Gostei de ler o seu relato, em especial por ver que se deixou conquistar pela bichinha. São companheiros inigualáveis, que desde que sejam ensinados habituam-se e não fazem disparates. Eu também viajo com os meus amigos e não os deixaria por nada. Bons passeios.
Saudações autocaravanistas,
Maria Melo