domingo, 26 de outubro de 2014

Liubliana, uma suave brisa de cores

Dia 16

Dia de conhecer um novo país do nosso cardápio. Ali fechados,  o  camping era apenas mais um camping, podia ser em qualquer país do mundo (desde que arborizado e verde, claro), ainda por cima onde a língua comum ora era o italiano ora o inglês. Ao que parece os eslovenos dominam bem as duas e ainda o alemão, a fronteira com a Áustria não está assim tão longe…
Era portanto hora de sair dali e ter impressões mais concretas. Dia, portanto,  de conhecer Liubliana, a capital da Eslovénia, a 5 km do camping mas sempre numa reta, o que nos fez levar 3 bicicletas. O quarto elemento teve que ir de autocarro (mal de quem chega tarde e de avião)…
Perto e bom caminho, como aqui se diz, ou sempre em frente, chegámos ao centro da antiga cidade romana de Emona ainda de manhã, uma manhã calma de domingo. Ou será que a cidade é sempre assim calma? Agradou-nos o ambiente.




O castelo ao cimo...



A parte nova da cidade é separada da antiga pelo rio Ljubljanica  e na Preseren TRG (a praça central, o ponto de encontro da cidade) entre uma parte e outra , a cidade envolvente e pequena começa logo por nos cativar. Depois, é só atravessar-se a ponte tripartida (Ponte Tripla) e logo aí esperava-nos um pequeno mercado de artesanato.



Ponte Tripla


Até à Catedral barroca de S. Nicolau é um passinho. Havia missa, não quisemos perturbar, uma breve espreitadela. Admira-se a porta e já é arte de peso: é de bronze  e conta a história do cristianismo na Eslovénia.



 Rua afora até à fonte de Robba com os seus 3 titãs (cada um representando um rio esloveno) estamos logo frente à Câmara e ao lado de muitos palácios e hotéis onde o barroco impera, num estilo simples, claro, linear, elegante.





Fonte dos 3 titãs ou rios





Catedral a espreitar por entre os telhados

 A grande atração da parte velha é o Castelo medieval , no topo do monte coração da cidade. Chega-se lá por meio de um funicular ou num comboizito. Transporte grátis só o Kavalir que apenas roda pela parte velha.



Castelo no meio do arvoredo



Ficámo-nos pela parte baixa, visitando o ambiente domingueiro e os mercaditos e esplanadas que iam surgindo à beira rio.




Passando o mercado central e a ponte com os testemunhos amorosos tão à moda europeia, chega-se à Ponte do Dragão, símbolo da cidade.






Da antiga cidade comunista nada vislumbrámos, tudo lembrava uma cidade convertida ao modo  europeu, jovem e moderna.

Típica gastronomia local, o milho assado; tal como em Portugal as castanhas assadas, a diferença é que não era outono. Era agosto e a temperatura era bem agradável.



 Nas calmas, almoçámos kebab e wok numa esplanadita, para à tarde pedalarmos até ao jardim Tivoli, um espaço verde de  muitos quilómetros, com restaurante, flora diversificada, e, num cantinho, surpresa das surpresas!, uma biblioteca ao ar livre com cadeiras de lona. Que simpático e confortável. Debaixo da calma das árvores e do chilreio das crianças no parque infantil ao lado, houve quem até dormisse a sesta…




 









Para acordar, regresso ao centro para uma cerveja eslovena, num bar mexicano, com um empregado de mesa que insistia em falar espanhol connosco !!!! Para o poder de compra do  português, a vida na Eslovénia pode fazer-se de um modo bem equilibrado…



Visto apenas este cantinho, todos concordámos que Eslovénia é um belo país: com uma capital pequena mas diversificada, moderna e animada. Ao longo das estradas pareceu-nos um país em franco crescimento e desenvolvimento, com um bom parque automóvel, e uma paisagem e arquitetura lindíssima, a roçar a vizinha Áustria. Um destino a explorar com calma noutra ocasião, por ora seria termo de passagem para Croácia, não podíamos saltar o objetivo embora apetecesse.

Pena a exorbitância paga no do parque de campismo. 111 €, duas noites, 4 pessoas (N 46º 05.952  E 14º 31.094)
Ainda assim fez jus ao prémio de simpatia que lhe foi atribuído no ano anterior: já em casa, em Setembro, enviei um email a solicitar o autocolante, porque me esqueci de o trazer, e logo na hora enviaram-nos vários.....


Ah! E não esquecer , a propósito deste país, as particularidades linguísticas, difíceis de ler e pronunciar, é certo...


sábado, 25 de outubro de 2014

Eslovénia, hello!

Dia 15



A meio das férias, precisamente, era o dia de iniciarmos a segunda etapa da viagem, rumo a outro país, um destino diferente e virgem nos nossos itinerários.
Era um sábado ( e em férias ninguém olha para o calendário ) e talvez por isso tivemos o azar de nos vermos fechados em enormes filas até Trieste. 145 km apenas a separam de Veneza e entre a nacional e a autoestrada (que fizemos alternamente na esperança de melhor sorte) demorámos toda a manhã e só lá chegámos perto das 16 horas.

De Trieste até à Eslovénia o tráfego aliviou, e os preços do gasóleo também...

A primeira ideia seria supostamente Postojna, ponto turístico de especial relevo devido às suas grutas. Uns quilómetros depois um castelo, onde tentámos ir mas o caminho não era propriamente para autocaravanas.
Não sendo as grutas o nosso forte, desistimos de Postojna, um local com área de serviço para AC  numa paisagem bem sugestiva, verde , cm uma cascata e moinho e decerto locais e trilhos relaxantes pata percorrer.


Veio a revelar-se uma má opção não ficarmos,  porque dali partimos para a capital e a única hipótese viável para ficar pareceu-nos ser o camping Liubliana Resort (único nas redondezas e na cidade: N 46º 05.952 E 014º 31.094). O GPS demorou a encontrá-lo e lá chegados pasmámos com os preços pedidos. Devido ao adiantado da hora não tivemos outro remédio senão ficar. Aproveitou-se o tempo nas leituras, net e outras atividades pacatas e “sociais”.

sábado, 18 de outubro de 2014

"Aqua" e explosão de cores: Veneza e Burano

Dia 14

Infelizmente, depois do concerto, a noite no parque San Giuliano foi recheada de barulhos, pelo que, quase sem pregar olho, levantámo- nos para o novo dia que seria repleto e longo  de emoções . Desde logo porque revisitaríamos Veneza, uma das cidades mais belas do mundo, tenho sempre que dizer isto, apesar de conhecer uma parte ínfima deste nosso planeta, e depois porque o 4º membro da família se nos juntaria.
Saímos, pois, de Mestre e dirigimo-nos ao parque Tronchetto, no cais de Veneza.
As primeiras doze horas 21 € seguidas de mais 10€ nas restantes, mesmo assim creio que para 4 pessoas foi a opção menos dispendiosa…

Deixámo-nos conduzir pelo GPS interior e pelo mapa Ezzio Audittore alojado no cérebro do nosso guia mais jovem e percorremos Veneza pela manhã assistindo à labuta diária e às pequenas e grandes curiosidades de uma terra única, para depois do almoço partirmos à descoberta de um outro cenário idílico e sui generis.


Engarrafamentos do dia a dia






 Quem não gostaria de ter uma campainha assim?








E se a roupa cai?


Suspiros, claro!...

O novo cenário foi Burano (não confundir com Murano, a ilha onde se fabrica o famoso vidro) é a terra das cores e dos bordados feitos à mão, por laboriosas e ancestrais senhoras, hoje vendidos em qualquer ali e noutros países como se dali não fossem originários.


 Ao longo do caminho, no seio de muitos turistas, no convés do barco, fomo-nos deleitando com a vida animada da grande lagoa, cheia de sinais de trânsito e de movimento. Primeiro, o cemitério, depois mais umas quantas ilhotas, Murano, e, finalmente a explosão de cores!




Cemitério ao fundo


Burano , cais


Assim que entrámos, pensei de imediato que Burano podia ser geminada com a Afurada do Porto. Não pelos canais, pontes e casas coloridas, mas pelo asseio tão típico e genuíno de ambas. A  roupa estendida num estendal de pau, baloiçando ao vento por entre milhares de turistas (falta , felizmente, esta parte à Afurada), o balde e a esfregona à porta de casa a dizer “aqui primamos pela limpeza!”.



O que apetece fazer? Fotografar , guardar na retina, ficar… numa relva simpática, por exemplo, a ver sair e chegar os barcos, a ver os locais descansar nos seus pequenos quintais, a entrar nos seus barquinhos talvez para uma mergulho no Lido, a única praia próxima , porque o calor, naquele 1º de Agosto apertava.






Bebemos litros de água na fonte, deliciámo-nos na praça da igreja matriz como uma estranha música vinda de um estranho instrumento e girámos, girámos pelo arco íris das fachadas , portas e janelas.



Estava na hora de regressar a Veneza, pelo caminho inverso chegámos a S. Marcos, para reacender a memória de tanta luz , glória e riqueza e descansar a olhar para as gondolas e os seus divertidos ocupantes.



Estava na hora de dar um salto até à estação de comboios receber e matar saudades do nosso viajante de avião / comboio que atravessou a Península Ibérica, França e chegou num ápice a Veneza sem ter passado pelos nossos quilómetros de treze dias… mas sem vir de alma cheia de quem viaja e recolhe pedaços de riquezas, aqui e ali…
Quatro , em vez de três, revisitámos os ex libris venezianos, praça de S. Marcos, o seu leão , a sua imponente Duomo, os seus cafés elegantes (ah, o Florian !…), que à noite, se animam de música ao vivo, e os parvos dos lazers verdes e vermelhos, vendidos e comprados, a riscar o chão e as paredes centenárias.





Quantos quilómetros fizemos a pé? Pois , em Veneza , sem gondola própria, os quilómetros percorridos são sempre a triplicar relativamente àquilo que pensamos inicialmente.

Chegados ao parque do Tronchetto ( N 45.43926 E 12. 30431) foi abrir janelas e apanhar o barco do sono o mais depressa que se conseguiu. No dia seguinte seria dia de iniciar a 2ª etapa da viagem