sábado, 11 de outubro de 2014

Ferrara, capital europeia da bicicleta



Dia 13


Pensava eu, induzida pelo casal português que encontrámos em Florença, que Ferrara teria algo a ver com os Ferrari, mas afinal não. A fábrica dos Ferrrari é em Modena e Ferrara é a capital europeia da bicicleta, pelo menos assim se apelidava e afigurava.

De facto, percorrendo a cidade velha, o veículo de duas rodas imperava, conduzido por gente de todas as idades, creio que especialmente a 3ª. Fantástico!



Esta velhinha quando subiu para a bicicleta rejuvenesceu no mínimo 15 anos!





 Era uma manhã ensolarada mas suave e toda a gente fazia as suas compras matinais … de bicicleta.

O primeiro passo foi dirigirmo-nos à Duomo, monumento do séc. XII, em estilo românico-gótico,  com uma fachada bem sugestiva.


De frente para a Duomo , o Palazzo Comunale e a praça que o envolve.



Para a direita outro palácio, mais concretamente o grande Castelo Estense (da família que dominou Ferrara durante a Renascença) . 

                                                          No  Interior do Castelo Este



Este icónico castelo mantém ainda o seu fosso e pontes levadiças e fica, curiosamente, mesmo no centro plano da cidade. Em Ferrara os palácios e palacetes impõem-se , daí ser também denominada de capital cultural do Renascimento, porém não tínhamos tempo para os visitar a todos, além de que a visão de tanta vida e energia quer a pé mas sobretudo nas duas rodas, nos deixou pregados ao chão a contemplar , a admirar e a fotografar.






Perto da catedral chamou-nos ainda a atenção um triângulo de ruas que formou o antigo ghetto judaico, comunidade importante na cidade durante o reinado dos Este. No Renascimento muitos judeus espanhóis e portugueses aqui procuraram refúgio, sob a proteção dos Este.  A sinagoga lá está ainda. 
A s ruas medievais são no entanto o mais marcante de Ferrara. Desertas, silenciosas, têm um colorido especial, quer pelo silêncio e paz que delas emana, quer pelo peso visual das suas fachadas de terracota avermelhada e do pavimento irregular. Deixámo-nos embalar, fingindo que podíamos ser locais… entrámos na pastelaria e padaria mais concorrida e fizemos como eles, comprámos uns gressinos de oliva deliciosos para o aperitivo. Geniais…




Ferrara valia certamente uma visita mais prolongada, mas aquele intervalo entre turistas e nativos revigorou-nos para continuar.
Para pernoitar a cidade oferece ainda uma área de serviço para AC, uma noite custa 6 €, no entanto, quando lá chegámos , perto da meia noite ficámos no grande terreiro e parque de estacionamento misto onde muitas outras já dormiam. A área estava vazia, serviu para os despejos e higienes.
Estava na hora de prosseguirmos viagem até Veneza, o próximo ponto de paragem ou não… O quarto elemento da família  juntar-se-ia ao trio para a segunda parte da viagem e o ponto e dia de encontro permanecia no segredo dos deuses.. . Veneza, Croácia?
Tínhamos portanto de ir indo e esperar.


Já perto de Mestre o canal começa a dar a sua graça...

Já estávamos em Mestre, no parque San Giuliano  para apenas aguardar o novo viajante sem saber se visitaríamos Veneza ou se prosseguiríamos, quando tudo se resolveu via telemóvel e net. É realmente fantástico como este novo mundo tecnológico resolve tudo mais depressa do que as indecisões das pessoas.
Teríamos pois de esperar em Veneza e visitá-la no dia seguinte, coisa que é sempre um sacrifício (ironia , claro).
Não valia a pena sair do parque e ir a Veneza  porque a ida e volta de  barco custava 15€ pessoa, sendo que o último barco regressava cedo, às 19 horas.  Assim, optámos por descansar, passear pela zona de lazer do parque e , como o mundo é pequeno , voltámos a encontrar o casal português de Florença.
A surpresa maior foi à noite : pudemos assistir ali, na área de lazer,  a uma revisitação dos Beatles , com a banda “Mistery Magic Orquestra”. Revelou-se um espetáculo estrondoso , os Beatles ressuscitados no tempo com novos visuais e barriguinhas cinquentonas. Uma noite inesperada e inesquecível.



E dormiu-se gratuitamente, a área propriamente dita está em construção, uns metros mais à frente.




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