Dia 12
No dia a dia (a bem dizer 11
meses no ano), se algo corre mal, parece que não estranhamos , a vida é assim,
feita de imperfeições, pensamos. Contudo, nas férias, qualquer contratempo ou
contrariedade atinge logo grandes proporções, isto porque, as férias, esses
dias que se contam pelos dedos e passam a voar, queremos sempre que sejam
perfeitas.
Neste nosso dia 12 a perfeição
estava longe de ser atingida, apesar de no fim concluirmos (já depois da
tempestade) que “há males que vêm por bem”.
Logo ao acordar constatámos que
um dos pneus estava vazio e como já não era a 1ª vez, tratámos de resolver o
assunto. Na bomba de gasolina em Greve in Chianti indicaram-nos um gommista (oficina de pneus) e lá começou
a nossa saga “da borracha”. Não chegava já? Já havíamos passado pela saga do
aquecimento do motor…
O primeiro disse que naquele dia
não tinha tempo. Indicou-nos outro, noutra povoação. As dificuldades no
italiano deixaram algumas dúvidas mas lá demos com o segundo numa outra
povoação de Chianti a meio caminho de Florença. Este foi mais diligente. Tirado
e observado o pneu , veio o diagnóstico: um furo na jante, no cerchio! Dois italianos, com um ar
circunspeto que nos alarmou, e numa língua cerrada e incompreensível ,
comentavam a coisa abanando a cabeça. Deduzimos que o caso era grave ???!!!!
Depois de muita análise (nossa) da
expressão facial e gestos deles, lá entendemos que ali não podiam soldar o pneu
e teríamos de continuar a demanda, se queríamos ter pneu suplente para uma
eventualidade. Desta vez apontaram para um gommista
em Florença e lá achámos a rua no GPS .
Em Florença conseguimos concluir
o episódio: deixámos o pneu que estaria soldada às cinco da tarde e esperámos.
Claro que aqui o mal veio por bem, voltámos a visitar Florença , agora numa
outra perspetiva. Conseguimos estacionar num parque próximo, por sinal com
lugares e ponto de despejos para AC e ala que se faz tarde, vamos rever
Florença. Desta vez estávamos do lado esquerdo
do Arno, numa das colinas de Florença, dali até à praça Miguel Ângelo
ainda eram uns bons 15 minutos a pé e a
vista , desta vez do lado contrário, também era deslumbrante.
Contemplámos a praia dos
fiorentinos e, descendo a colina por um
caminho em ziguezague, chegamos à beira rio. Já perto da ponte Vecchio, voltámos a contemplar o intrigante corredor
vasariano e um campo de canoa polo. Da ponte Vecchio bisámos o palácio
Pitti e dali só tivemos tempo de ir até à muralha onde a porta romana gigante,
aberta de par em par, fecha um dos limites da cidade.
Fecha-te porta, até sempre!
“Há males que vêm por bem”, pensámos depois de
já rodarmos na estrada com pneus intactos a caminho de Veneza. Os quilómetros
ainda eram muitos até lá, para pernoitar experimentámos Bolonha, mas a o GPS
resolveu meter água e ainda fomos mais para a frente, parando finalmente em
Ferrara. Seria uma alegre surpresa , mas isso fica para o dia seguinte…
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