Aos poucos , já com a idade a avançar
como é o caso, certos sonhos que já julgávamos utopias passam a concretizar-se.
Este era especial, não certamente o mais difícil de atingir, mas ainda assim só
a meio de um século de vida teve lugar neste calendário vivencial. Paral além
disso, foi revestido de um invólucro de surpresa que se arrastou durante três
dias. O invólucro era literalmente um envelope que dizia “Só abrir sábado”.
Na véspera da possível abertura
arrastaram-me então na autocaravana até ao Algarve. Longe de imaginar fosse o
que fosse, deixei-me ir, sem compreender o que de tão surpreendente me
reservaria uma parte do país com a qual não nutro amores de maior.
Lá chegados, e depois de uns
zunzuns, percebi que tinha de ser
forçosamente na zona de Albufeira. Nem assim nenhuma luz se acendeu.
Por questões económicas (foi o
argumento) pernoitámos estacionados no parque do Zoomarine que agora permite a
pernoita a AC. Nem assim acordei. Só à noite, durante um passeio com a nossa
amiguinha de quatro patas (sim, porque ela também foi naquele que seria o seu passeio número dois,
de outra forma nem me arrancariam de casa…) é que o véu se começou a destapar.
No dia seguinte fui acordada
cedo, com a ordem de vestir o fato de banho e abrir o envelope, claro. Não, é
evidente que não seria um mergulho na piscina do Zoomarine , apesar de tal também
estar contemplado. A surpresa envolvia o sonho de poder tocar e conviver alguns
minutos com os animais mais simpáticos e
envolventes de sempre, os golfinhos,
e a surpresa intitulava-se “Dolphins emotions” .
As emoções foram de facto
imensas, num dia, que por sinal até era o dia do Animal, e que apesar de efémero,
foi extenuante em emoções. Escrevo agora sobretudo sobre o episodio, porque os
sentimentos, esses, ficarão sempre reservados naquela caixinha
íntima, minha e de quem me acompanhou na
surpresa, aventura daquele dia, no fim de semana passado, dia do animal.
Ficam as imagens de um momento
único …
O momento mais forte: um golfinho só para mim (Hamlet)
O grupo a conhcer Hamlet
Beijinhos
A dança
Carícias
Hamlet e Apolo
Hamlet a sorrir
Bora lá !!!!!!!!!!!!!!
E também como tornar um simples
sábado num dia de variadíssimas e simples experiências… no fim do
dia , o passeio com um outro animal bem parecido com o golfinho, tirando a parte
da areia e por enquanto da água. Não mergulhou nas águas do Atlântico (por
sinal neste mês de Outubro com uma temperatura de encantar) mas atirou-se de corpo e boca à areia como se fosse água. O
seu primeiro dia de praia em liberdade, gastando energias, na praia dos
Salgados.
Depois de tanta correria uma
noite de sono de 8 horas seguidas no parque para autocaravanas da Galé, ela e
mais quatro de nós.
Domingo seria o dia de cair na
realidade. Sempre foi um dia desesperante , desde que me lembro de mim como
trabalhadora do Estado. Seria outro sonho que gostaria de realizar: combater a
angústia e peso morto do domingo (ou
deixar de ser trabalhadora do Estado?).
Ali, na Galé, com tantos
franceses e nórdicos com ar de quem nunca mais terá de picar o ponto ( e não
era só o ar, não picam MESMO!!!) bateu-me forte o peso morto.
Zarpámos até uma praia que não
conhecíamos (no Algarve há tantas que há sempre essa possibilidade): Olhos d´Água,
onde dezenas de turistas e reformados aproveitavam um Agosto tardio. Escondemo-nos
numa praia menos concorrida e recatada e se ontem foi o batismo de areia para a
nossa cadelita , hoje foi o mergulho no mar. Incrível como numa primeira aula
já sabia nadar …
afinal golfinhos e cães são mesmo
parecidos .
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