sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Ao longo do Adriático



7 de agosto


                                                                          O mar... em Zadar...

Em pleno agosto e em plena zona montanhosa, a Croácia pode ser fria. Era fria! As nuvens sempre presentes ameaçavam o céu e a terra. Ao longo das estradas montanhosas em direção à costa, a Croácia apresentava-se humilde. Um país a reconstruir-se e a reinventar-se , com paredes e paredes por rebocar, alguns tanques e “zonas de guerra” fechadas a cadeado…



Finalmente, depois de um imenso túnel na autoestrada, o azul do Adriático, com ele o sol e mais 10 graus reconfortantes. E começa aqui o périplo ao longo das praias de águas divinais, do azul cristalino e das vilas de granito brancas, tecidas de vestígios romanos, de ecos de Constantinopla e de tantas outras culturas e riquezas, de semelhanças com as ilhas gregas, com o paraíso idílico das luas de mel.

A primeira cidade de todas na linha da costa, Zadar, Zara no seu nome italiano. Uma pequena pérola branca, assente numa ilha repleta de vestígios romanos com a zona do Fórum, S. Donato, um jardim de colunatas e, no belo passeio marítimo, o omnipresente manto azul. Para cativar turistas, o  curioso “orgão do mar” , uma construção que aproveita o bater das ondas, sibilando e ecoando o som do azul como uma melodia . 


S. Donato, ao fundo




Fórum romano

Catedral Santa Anastácia


Mais à frente, o brilhante painel assente no chão “Greeting to the sun”. Atracadas no cais grandes cidades flutuantes agradecendo o sol. E… para gáudio dos viajantes mais novos, atraídos à Croácia pela fama de país rei do polo aquático, o primeiro campo de jogos a céu aberto e em pleno mar.




Rumo a mais sol e mais azul havia que parar para estrear as águas num mergulho longo e apaziguador. Fizemo-lo mesmo ali, à beira da estrada, assim que tivemos oportunidade de estacionar. Depois da placa da povoação Sukosan, uma praia debaixo dos pinheiros e , claro, de muitas pedras e pedrinhas. Nem tivermos tempo de comprar aas ditas sandálias de plástico, e como portugueses corajosos, mesmo de havainas a fugir dos pés, lançámo-nos às águas .


A partir dali começámos então a familiarizarmo-nos com o conceito de autocamp croata. Ao longo da costa muitos campings (pernoitar fora deles é punível por lei, apesar de desconhecermos – felizmente – o valor da multa), os oficiais e os “familiares”. Porta sim, porta não um autocamp familiar espreita, basta sair do carro e ver se há lugar, o problema é que muitos se situam em pequenos  terrenos com estradinhas sinuosas,  pouco aconselháveis para autocaravanas. Como estreia, facilmente chegámos à pequena localidade de Grebastica onde a família Toni (concluímos depois que o Toni é o equivalente ao Zé, ao Jaquim ou ao Silva português) nos recebeu no seu quintal , com zona para banho, para lavar roupa e loiça , eletricidade e net ( mas nada de zona para despejos). Era literalmente no quintal do senhor que ainda construía a sua casa. Viviam no rés do chão ainda com paredes por rebocar e o primeiro andar tinha apenas os alicerces, assim uma espécie de Algarve nos seus primórdios de turismo .


A localidade era um pequeno paraíso onde muitos turistas (maioritariamente eslovenos em tenda) passavam férias. Digam lá que não é um paraíso? Mesmo em frente da casa do Toni…



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