sábado, 3 de janeiro de 2015

A caminho de uma ilha dentro de mais ilhas

9 de agosto


 Zadar, Trogir, Split afinal parecerem-nos idênticas. Possivelmente um croata ofender-se-ia com estas palavras, mas é verdade que o ambiente de verão, as muralhas, os portos , a vista para o mar, as calçadas brancas e escorregadias, os muros e paredes , a força da luz e do sol, todas aqueciam a alma, mas era como se fossem irmãs.
Partiríamos pois para outro cenário, acreditávamos nós. E , na realidade, foi-o. Iríamos até à ilha de Korcula , a única ilha suficientemente afastada de terra à qual tínhamos decidido viajar de barco, mas para isso era preciso chegar à povoação mais próxima onde se apanhava o barco ou ferry, Orebic.



Ainda antes da Bósnia...

Até lá a viagem foi mais longa do que pensávamos, primeiro porque prescindimos da autoestrada. Um rematado disparate porque as filas eram muitas. Depois, já na autoestrada e perto da fronteira com a Bósnia, mais fila até à fronteira, onde nem por isso nos carimbaram os passaportes. Aliás, nem olharam para nós, o porquê da demora não percebemos… Já em território croata novamente (entra-se e sai-se em menos de nada, o chão bósnio é um pequeno território só para eles poderem dizer que entram no mar) demorámos imenso, entre curvas e contracurvas, até chegar a Orebic. 


 Antes porém de chegarmos a Orebic uma estranha muralha, conhecida como a “Muralha da China da Europa”, fez-nos parar para admirar o seu recorte dentilhado ao longo da montanha. A localidade chama-se Ston, é pequeníssima, extremamente quente e quase deserta. A muralha é dos séc. XIV- XV , tem cerca de 5 quilómetros e meio e ainda se encontra bastante danificada devido a um terramoto nos finais do séc. XX. Para além de ter funções defensivas parece que também albergou quem trabalhava nas salinas situadas naquela área. A zona é ainda rica em “campos” de ostras.


Depois das curvas e contracurvas lá chegámos a Orebic. Numa rua e zona residencial pacata, mesmo em frente à praia, pudemos estacionar e tomar os tão apetecidos banhos de mar. Já perto do entardecer descobrimos a segunda área para AC do país (N 42º  58´29´´ E 17º 10´10´´).  Bem, área não seria propriamente. Era um parque de estacionamento particular, cujas meninas e pai cobravam 15 € por 24 horas e só depois do escurecer nos forneciam luz através de um cabo que o senhor estendia escusamente por entre os outros carros. Antes do amanhecer já tinha desligado o cabo enquanto ainda dormíamos.



Orebic é certamente um lugar de veraneio popular entre os croatas, não nos pareceu que  estrangeiros procurassem muito a zona, certamente não portugueses, creio que seríamos mesmo os únicos. Percorremos as ruas à noite, famílias comiam o seu gelado, sentadas a ver o doce e calmo Adriático, crianças vendiam conchas ao longo dos passeios, os restaurantes fumegavam de gente e de bons cheiros…

1 comentário:

Paulo Pimenta disse...

Bom dia, como estou a planear uma viagem até à Croácia para o próximo Verão, gostaria de lhe colocar a seguinte questão; é necessário passaporte para entrar na Bósnia?