12 de agosto
Tantos quilómetros para se chegar
a Dubrovnik, a sensação que o objetivo estava cumprido, porém, na prática,
estávamos a meio do percurso. Havia que percorrer a outra metade até casa…. É talvez
essa a vantagem de viajar de avião, chega-se ao destino, está-se e quando acaba,
pensa-se “daqui a pouco estou em casa”… Também é verdade que não queríamos ir
já para casa e que até casa ainda poderíamos ver mais, conhecer mais. E afinal
era só dia 12 de agosto (apesar de termos partido a 19 de julho), e que, quando
não nos deixam fazer férias repartidas , estas têm de ser assim, aproveitadas à
bruta.
A meio do percurso muitas hipóteses
estavam em jogo: visitar alguns pontos estratégicos da Bósnia, mesmo ali ao
lado, os cartazes e folhetos turísticos remetiam para Mostar, não muito longe
dali; por outro lado faltava-nos a província de Ístria ainda na Croácia.
Muito betão pela frente , é
certo, muito mar, muitas ilhas, muitos , muitos quilómetros, muita sinalética
original…
A primeira etapa foi entrar e
sair da Bósnia, onde as autoridades nem sequer se dignaram a carimbar os
passaportes , como tanto desejávamos. Perante os ares carrancudos , nem abrimos
a boca… Já na Bósnia , parámos apenas numa estação de serviço para procurar infrutiferamente
um autocolante do país. Desistimos de Mostar. Ainda faltava Itália, França, Espanha…
Acrescentámos ao cardápio mais
uma vila croata: Sibenik, cuja catedral (St. Jacob) foi classificada Património
Mundial pela Unesco. Estacionámos no porto ( caro, 20 kunas por hora!) e
marchámos debaixo de sol intenso para as ruas brancas, escaldantes, de solo
brilhante e escorregadio à procura da catedral. Ei-la à mão de semear .
A localidade, comparada com outras já
visitadas, não acrescentou nada em beleza.
Dali era hora de procurar “abrigo”
e dar um mergulho no mar. Porém, o final de dia foi inglório. À medida que íamos
pela nacional, campings e autocampings piscavam o olho, mas quando nos decidimos a
procurar um, foram mais de meia dúzia de tentativas sem êxito , por entre
caminhos escusos e nada atraentes para 7 metros de comprimento. Estava tudo
esgotado , pelo que , ao fim de mais de três horas sem sorte , acabámos no
camping Borik, em Zadar, para pagar um disparate de dinheiro. É assim a
Croácia, um sorvedouro de kunas em campings. De noite escura, apenas molhámos
os pés na praia porque primeiro houve que saciar a fome. Para dia de regresso e nova travessia pela
Croácia a coisa não começou nada bem .