quinta-feira, 26 de março de 2015

Lago DI Garda, outro paraíso em Itália


15 de agosto

Ninguém se lembrou que era feriado. A ida ao lago estava há muito nos planos, mas não nos ocorreu que metade de Itália tivesse a mesma ideia. O lago é o maior de Itália, bordado a norte pelas  montanhas Dolomitas.


 Logo à saída da autoestrada, direção Sirmione, começou a fila… e durou…. Duas horas para chegarmos ao parque de estacionamento central de Sirmione onde podem pernoitar autocaravanas, e constatarmos que estava cheio. Foi o tempo de voltar para trás (agora sem fila) e conseguirmos um lugar na ASA que já conhecíamos ( N 10.63295  E. 45. 46046). Fica a 5 km de Sirmione , mas a pé ou de bicicleta o caminho até lá é fácil e extremamente agradável. Pelas margens do lago, através de alguns atalhos é um passeio relaxante e único.

Sirmione, que não conhecíamos, é bem populosa, pelo menos naquele feriado do 15 de agosto. E também celebre pelas suas termas . O mais atrativo é  a sua larga e enorme fortaleza, la Rocca Scaligera, ali erguida desde o séc. XIII.








Percorremos todos os cantos à pequena povoação e em cada um as pessoas e os gelados imperavam. 


Menos junto às termas de Caturro e sua “grota”….. ( antiga vila romana com enquadramento paisagístico atraente). Até lá uma espreitadela àquela que foi a mansão de Maria Callas.




 No regresso, uma paragem na praia do Lido, mas logo por azar o lago não se apresentava apelativo para banhos, pelo menos de água… 







O calor havia sido substituído pela bonança ainda  recente da anterior tempestade. Pelos vistos perseguia-nos desde a Croácia.








segunda-feira, 23 de março de 2015

Bye Croácia, hello Italy … again


14 de agosto

Lamento informar mas decidimos não continuar a explorar a Croácia.
Durante a noite caiu uma forte tempestade, de manhã a bonança espalhava-se pelo céu e mar em tons de cinzento. Às vezes choviam relâmpagos dentro do manto azul turquesa, linhas elétricas ligavam o céu ao mar.
Por mais imagens e publicidade que vissemos, tudo nos parecia idílico mas em simultâneo monotonamente idêntico.
Nova meta: Itália, provavelmente Vicenza.
E assim foi , perto das 18.00, solo italiano numa pequena cidade do Veneto: Vicenza, com uma área de serviço banal às portas do centro , mas com “navette”  (miniautocarro) gratuita.
( N 45.54282 E 11. 55821).

Chegámos ao centro depois das 18.00 , por isso já não conseguimos ver o belíssimo Teatro Olímpico. Tal como quase tudo nesta cidade , a obra é de Palladio. Não conseguimos ver o interior, ao que parece um teatro de madeira e estuque a imitar os teatros da Antiguidade. Do outro lado dos portões fechados, uma linda colunata e estátuas no jardim. 



Dali passámos ruo à praça principal, Piazza del Signori, e demo-nos conta do típico prato vicentino, o “baccala alla vicentina”, num pronto a comer, seria esse o nosso jantar. ..
A praça , dizia o Michelin, seria “igual à praça de S. Marcos”. Discordámos, apesar de também ter uma coluna com leão, uma torre enorme  e uma bela basílica. Tudo em ponto mais pequeno , e ainda sem a amálgama de turistas e asiáticos e pombos e sombrinhas de Veneza… Não é que sentíssemos falta da amálgama, mas a comparação do Michelin era ligeiramente hiperbólica.








No centro vários palazzos interessantes, ,  tudo muito palatino, a própria rua central se intitulava  Corso Andrea Palladio.




No entanto,  tudo com pouco movimento, lojas a fechar cedo, nada comparado com os horários croatas. Ou estariam os italianos todos a passar férias na Croácia ?
No regresso o pronto a comer estava fechado e lá se foram as esperanças de honrar o palato com a gastronomia local. Regresso a casa na navette e noite descansada na área grátis.

Não há , pois, semelhanças com a Croácia…  mesmo ali ao lado.

sábado, 14 de março de 2015

Último dia na Croácia:Será hoje como ontem?





13 de agosto

Zadar… Uma zona muito movimentada e concorrida. Optámos pela autoestrada. O objetivo era parar cedo num camping aprazível ou idílico e ficar a boiar no mar.

A primeira paragem foi em Senj, uma pequena aldeia piscatória, que tanto podia estar ali como na Galiza, tal eram as parecenças. Não fora o mar, claro. Por 8 kunas à hora estacionámos frente ao porto e virados para o Adriático. Enquanto o almoço se cozinhava sozinho (??!!) , atirei-me para os braços mornos do Adriático. 



Depois de almoço a direção seria Rijeka, mas desta vez o dia não seria como o anterior. E não foi. Logo à saída de Senj, quase numa curva, um autocamping simpático , quase mar adentro, acolheu-nos hospitaleiramente. A povoação, de nome Sinbinj, não tinha mais do que duas ou três habitações e o camping ao lado do cemitério e de uma capela. Tínhamos víveres, portanto  instalámo-nos e abusámos do mar e do sol toda a tarde.




 À noite, conhecemos uns franceses ( na realidade emigrantes portugueses) e um casal de austríacos e no meio de muitas cervejas e asneiras linguísticas, fechámos com chave d´ouro o capítulo Croácia… apesar de na altura ainda não o sabermos.

domingo, 8 de março de 2015

Depois de Dubrovnik



12 de agosto

Tantos quilómetros para se chegar a Dubrovnik, a sensação que o objetivo estava cumprido, porém, na prática, estávamos a meio do percurso. Havia que percorrer a outra metade até casa…. É talvez essa a vantagem de viajar de avião, chega-se ao destino, está-se e quando acaba, pensa-se “daqui a pouco estou em casa”… Também é verdade que não queríamos ir já para casa e que até casa ainda poderíamos ver mais, conhecer mais. E afinal era só dia 12 de agosto (apesar de termos partido a 19 de julho), e que, quando não nos deixam fazer férias repartidas , estas têm de ser assim, aproveitadas à bruta.
A meio do percurso muitas hipóteses estavam em jogo: visitar alguns pontos estratégicos da Bósnia, mesmo ali ao lado, os cartazes e folhetos turísticos remetiam para Mostar, não muito longe dali; por outro lado faltava-nos a província de Ístria ainda na Croácia.

Muito betão pela frente , é certo, muito mar, muitas ilhas, muitos , muitos quilómetros, muita sinalética original… 

A primeira etapa foi entrar e sair da Bósnia, onde as autoridades nem sequer se dignaram a carimbar os passaportes , como tanto desejávamos. Perante os ares carrancudos , nem abrimos a boca… Já na Bósnia , parámos apenas numa estação de serviço para procurar infrutiferamente um autocolante do país. Desistimos de Mostar. Ainda faltava Itália, França, Espanha…
Acrescentámos ao cardápio mais uma vila croata: Sibenik, cuja catedral (St. Jacob) foi classificada Património Mundial pela Unesco. Estacionámos no porto ( caro, 20 kunas por hora!) e marchámos debaixo de sol intenso para as ruas brancas, escaldantes, de solo brilhante e escorregadio à procura da catedral. Ei-la à mão de semear .






 A localidade, comparada com outras já visitadas, não acrescentou nada em beleza.
Dali era hora de procurar “abrigo” e dar um mergulho no mar. Porém, o final de dia foi inglório. À medida que íamos pela nacional,  campings e autocampings  piscavam o olho, mas quando nos decidimos a procurar um, foram mais de meia dúzia de tentativas sem êxito , por entre caminhos escusos e nada atraentes para 7 metros de comprimento. Estava tudo esgotado , pelo que , ao fim de mais de três horas sem sorte , acabámos no camping Borik, em Zadar, para pagar um disparate de dinheiro. É assim a Croácia, um sorvedouro de kunas em campings. De noite escura, apenas molhámos os pés na praia porque primeiro houve que saciar a  fome. Para dia de regresso e nova travessia pela Croácia a coisa não começou nada bem .