quinta-feira, 25 de junho de 2015

Tema Vauban e praia nos Alpes


Ainda 17 de agosto…

O tema Vauban * continuou pela manhã e tarde fora.
Depois de Briançon aguardava-nos MontDauphin. Contrariamente ao primeiro, o seu forte não é a velha ou a nova cidade, é “o” forte, mais um dos doze classificados como Património Mundial da Unesco.


Situa-se numa alta montanha a qual olha, lá para o fundo, bem ao fundo, o cruzamento dos rios Durance e Guil e, lá para o cimo, montanhas e montanhas e estações de esqui. 




No cimo dessa montanha privilegiada ergue-se o forte, construção de 1693, cujo nome homenageia o “Grand Dauphin”, Luís de França. Lá dentro das suas espessas paredes, as casernas dos soldados de Luís XIV, o arsenal , os bunkers. Não há som, mas imaginam-se os ecos de vozes masculinas e o estrépito das armas e cavalos.




Descemos, rumo ao mar, sabendo que ainda faltam muitos quilómetros. O verde cerca-nos , não tão gritante como o verde suíço, mas ainda assim, no nosso imaginário, aquilo podia ser a Suíça. Até que, de repente, a estrada oferece-nos nova sinalética a apontar para lago e área de autocaravanas. Maravilhas e privilégios de se andar com a casa às costas, nem pensamos duas  vezes, não há hora nem hotel marcado, é já ali, o mar que espere. No entanto, espanto dos espantos, mesmo em plenos Alpes há praias, eis que a água e as velas de surf enchem a vista, o local chama-se mesmo praia : “plage de Chanterenne”. 




Borbulha de gente a banhos, nos barcos, nas pranchas, ao sol, em piqueniques, é o  lago de Serre - Ponçon. Ficamos, relaxamos, imitamo-los. A praia fica ao lado de um camping e também de uma área de serviço para autocaravanas , não há  cá brigas como em Portugal (N 6. 46108 W 44. 5379, preço 6 +2 €).
Luís XIV e Vauban passaram à história, está-se bem na praia, a olhar os Alpes.

sábado, 20 de junho de 2015

Inverno em agosto



16 de agosto e 17 de agosto


Antes de chegar a França (a próxima etapa) um salto a Turim. Fruto de paranóias fugazes de adolescentes, lá nos convenceram a dar uma espreitadela ao estádio do Juventus. Uma espreitadela que nem deu para ver o relvado, cada visita implicava mais uma mão cheia de euros pelo que nos ficámos pelo ambiente geral e por uma Tshirt na loja de souvenirs.











Atravessar os Alpes por aquele lado deixava-nos um pouco perplexos, mas afinal a aventura não foi de monta. A última povoação italiana nas montanhas (Auxn) tinha um toque apelativo, mas havia uma feira e nada de espaço para o nosso comprido traseiro de mais de 7 metros. Mais à frente, já depois da fronteira com França, uma localidade diferente e inusitada em pleno agosto: uma estância turística de ski, com uma bela zona de autocaravanas no topo de um monte: Montgènevre, em plenos Hautes-Alpes.





Visitámos o cenário natalício e rimo-nos muito com o ar gélido nas faces coradas de frio em pleno mês de agosto. Estávamos apenas a 2000 e tal metros de altitude.


Dali até Briançon (o nosso lar de pernoita) é que começaram as curvas e contracurvas, algumas em descida, para apenas perdermos 400 m de altitude.
Briançon ainda fica bem lá no alto ( a 1.328 metros de altitude) e é conhecida pelo seu forte . 



Pernoitámos mesmo junto a ele, num parque de estacionamento geral com parquímetro ( a área para AC era bem longe dali).
Durante a noite a temperatura atingiu os 2º, ligámos o aquecimento, as férias estavam mesmo com ar de fim, já era inverno…
A parte velha de Briançon , conhecida por cité de Vauban, merece uma visita noturna e diurna. À noite, com pouco movimento, vimos luzinhas e paredes empedradas, tudo muito bem protegido dos frios e das neves. 



De dia, na manhã seguinte, as paredes grossas revelaram a cerca forte e robusta, projetada por Vauban, “obreiro” de mais onze do género. O centro, com ruas inclinadas e medievais, tem um ar alegre e jovial, colorido de gente e bom artesanato. As ruas têm a particularidade de possuir um veio ao centro por onde obviamente escorrerá o gelo e a neve.






E já que estávamos no seio do tema “Vauban”, seria esse o nosso itinerário seguinte , mesmo sem o sabermos…

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Lago e música, vinho e tomatada , sem esquecer a aldeia mais bonita de Portugal e arredores



Às vezes há improvisos e decisões inesperadas que podem ser mais felizes que uma planificação bem projetada e delineada.
De repente “Vamos !”, e eis que fomos na disposição de ver algo inovador e criativo. Um concerto no Grande Lago do Alqueva , literalmente no lago ! O anfitrião seria o grande barco “O Guadiana”, o seu terraço serviria de palco à Orquestra Clássica da Universidade de Évora. 


Concerto à noite




Raios laser




Artes plásticas, obra de um ex-aluno que redescobri


 Ensaios à tarde




No espelho de água refletir-se-iam o barco, as luzes, o som, as cores e formas. E assim foi na sexta-feira passada, um espetáculo organizado pela Escola de Artes da Universidade de Évora, com o apoio da Câmara Municipal de Portel.
A partir das 21.30 (pena foi o frio que se fez sentir) a dita orquestra tocou de lá, do grande lago, para o lado de cá, em terra, onde poucas dezenas de pessoas assistiam. Uma outra orquestra, a de sopros, tocou depois num palco frente ao cais onde iates azuis e brancos baloiçavam ligeiros. O frio arrepiou, mas a ambiência e a originalidade do espetáculo tudo superaram.
 Assim como o vinho tinto da Ervideira, assim como a tomatada com ovos, na autocaravana estacionada. A única por aquelas bandas.


Noite cerrada foi percorrer os poucos quilómetros até Monsaraz, no seio do escuro que, no dia seguinte acordou cinzenta e opaca, a paisagem lembrava a Noruega, talvez uma visão de quem nunca lá esteve e de quem não está habituado a ver aqui tanta água.



Quando o sol espreitou, voltou a ser Alentejo naquela que indubitavelmente é uma das mais belas aldeias do mundo…

Há melhor “museu aberto” que este? Melhores cores que estas? Melhor poesia visual que esta?



Se calhar também podia ser África








A antiga escola transformada em Wine shop... tudo no Alentejo se rende ao palato








 
 A lareira da escola primária







sábado, 13 de junho de 2015

O barato sai caro ou ainda a discriminação de cães



Estava calor aqui onde moro. Quase 40 graus e era apenas início de junho.
Nada como ir refrescar um pouco mais a norte. Portugal é pequeno, mas poucos quilómetros a norte e a coisa pode implicar menos 10 graus no termómetro. Na Foz do Arelho assim era: fresco alternado com calor, mas não este calor. Nevoeiro também e , à noite,  casacos , meias e cobertor. No Alentejo mais 10 graus!
De facto, a publicidade sobre a nova área de autocaravanas em Foz do Arelho, mesmo em frente à Lagoa de Óbidos tinha cá chegado, mas não conhecíamos. Na segunda ou primeira linha de estacionamento a água da lagoa está sempre lá à espreita, e ainda há casa de banho, tanque, lava-loiças e churrasco. Tudo pela simpática quantia de 3 € dia.





 A vila fica a poucos metros da foz mas sem nenhum Arelho, assim como a foz, antes de desaguar no Atlântico, passa pela lagoa que  ainda fica longe de Óbidos…
A vila é rica em alguns palacetes, fruto de no passado ter sido estância balnear de algumas personalidades ilustres e abonadas, uma delas Francisco Grandella, que chegou ali a deixar a sua marca com a construção da escola primária e por isso hoje tem direito a estátua.


A lagoa é apetitosa e acolhedora, os moluscos que de lá provêm também, os bares e cafezinhos têm alguma personalidade, num deles aparentemente bem simpático, no alto da praia, a ver o mar revolto e surfistas, precisamente na ala norte e assim apelidado, a personalidade era tão forte  (ironia ) que vivenciámos a nossa primeira discriminação dirigida à  nossa cadelita. Mesmo com a esplanada assente em pleno areal, vieram delicadamente pedir-nos para sair porque os animais de quatro patas não podiam estar próximos de mesas. Pena para eles, os da esplanada, fomos comer o gelado a outro sítio e nunca mais lá voltaremos.





É este o café que não aceita cães nem na esplanada, que é a praia onde não há sinais a proibir cães.




Também no parque de autocaravanas – segunda discriminação - tive de ouvir um francês refilar porque a cadela ladrava, queria ele saber se ela ladraria assim todo o santo dia… (quando foi a última vez que tive cão ? Há mais de 22 anos, de facto já não me lembrava como as pessoas podem ser ridículas e insensíveis) .

Apesar destas pequenas ninharias, o descanso foi bom, o sol e pouco calor também, os moluscos recomendam-se, o preço a pagar também… Ah! Já me esquecia (mentira!) , o pior de tudo foi termos perdido o título da autoestrada e na hora de pagar… tivemos de pagar a totalidade com o acréscimo de sermos veículo classe B. Nem me apetece redigir aqui a totalidade da cifra, apetece-me antes chorar e gritar de raiva “ só não acerto o euromilhões !!!”.