segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Alemanha-França-Alemanha-França …. Livre circulação

6 de agosto

Deixámos Schiltach a pensar que talvez não fosse boa ideia, o idílio da paisagem agarrava-nos ao sítio.

Ainda assim, estupidamente, partimos. Ao longo do caminho a paisagem tocava-nos pela sua beleza e pensávamos que apesar de parecer tudo longe, tudo era perto. Boas estradas sempre,  talvez por isso tantas casas e habitantes. 




Cheirava tudo a qualidade de vida e a um bom aproveitamento do que a natureza pode dar. Por exemplo, proliferavam ali, no que é conhecido como arvoredo denso e escuro, os painéis solares e , ironicamente, aqui , no país europeu mais soalheiro que conheço, nem tanto… pois, se os sucessivos  Governos de vistas curtas  incentivassem a tal… Saltámos a grande atração da Floresta Negra, o Museu de Ar livre ( Vogtsbauernhof ), o qual já conhecíamos no dia da aventura da carraça, mas que vigorosamente aconselhamos ( o Museu, a carraça não!).

Um dos percursos possíveis seria atravessar toda a região para chegar ao norte da região, já em Baden-Baden, para depois entrarmos na 2ª etapa da viagem , a rota romântica. Mas ainda queríamos pisar o bocadinho da Alsácia que havíamos saltado, por isso regressámos à “Alsace française”,  que afinal tinha estado sempre ali a lado. Só um desvio e já lá estávamos. Antes de Strasbourg, mais uma vila simpática: Obernai.





Não tão simpática quanto da primeira vez, afinal.  Naquele ano o tempo era ameno, e havia festa na praça, com comes e bebes. Desta vez o calor era gritante (apetecia a siesta espanhola) e da festa só as mesas e bancos que os alemães montam, desmontam e recolhem a um canto da praça.
Com calor e sem siesta, rendemo-nos ao ar condicionado da autocaravana e partimos rumo a Strasbourg, a grande cidade alsaciana, aquela onde uma vez pensei que seria um bom local para se viver. A área para AC existe, mas a consideráveis quilómetros do centro, só nos fez perder tempo e desanimar. Também procurámos o camping Indigo, sensivelmente mais perto do centro e com piscina, mas estava sobrelotado. O estacionamento em frente do camping tinha lugar e pediram-nos 40 € apenas para pernoitar, sem direito a luz nem água… Acabámos por levar a autocaravana para mais perto do centro e estacionámos numa rua normal perto da Opera, pagando estacionamento e rezando para que nada sucedesse, afinal a cidade já é grandinha (   habitantes).
Percorremos alguns pontos estratégicos, sem rumo definido:
A grande praça e a sua gigantesca catedral que não cabe em nenhuma lente;


Vimos algumas banhistas mais frescas do que nós;



A zona da Petit Venice, deliciosamente bela:










E pouco mais…numa cidade a fervilhar de gente, um "melting pot" pequenino...



Tentámos encontrar o restaurante onde anos atrás nos deliciámos com uma maravilhosa tarte flambée mas o GPS interno entrou em fusível e já ninguém se lembrava onde era. Tudo parecia idêntico e ao mesmo tempo diferente. Não muito seguros do estacionamento, regressámos cedo, para pernoitarmos na área de serviço longínqua ( coord. 7.7978  48.5707). No dia seguinte talvez fosse mais fácil. Uns vizinhos espanhóis, à noite, explicaram-nos os diversos meios de transporte que deveríamos apanhar para o centro ( pelo menos um autocarro, e o elétrico já no centro). Havia ainda o problema da cadela: o calor era muito para a deixar sozinha na AC e não tínhamos a certeza de a deixarem andar de transporte público.

A área de serviço fica ao lado do Reno e, por uma ponte pedonal bem moderna, chega-se à Alemanha (   Kehl   ) em menos de 5 minutos. Fizemos o percurso a pé, à noite, e foi bom de ver como pelo calor da noite , franceses e alemães  circulavam a pé,  a correr, de bicicleta, de skate, ao longo da fronteira aberta do novo mundo europeu (depois dos recentes atentados e ameaça terrorista até quando?). Uma das possibilidades no dia seguinte seria apanhar o comboio para Strasbourg a partir de l,  podendo levar a cadela, pois ao que parece a circulação de cães em transportes públicos alemães é algo mais pacífico. Afinal na União Europeia nem tudo tem as mesmas normas…

Sem comentários: